MAIS MILHO

Desenvolvimento do milho 2ª safra anima agricultores em Mato Grosso

O bom regime de chuvas tem colaborado, contudo preocupação segue com o mercado do grão e a rentabilidade da safra

O bom regime de chuvas nos últimos dias tem colaborado para o milho segunda safra em Mato Grosso. O desenvolvimento das lavouras é promissor e anima os agricultores. Contudo, as preocupações em torno do mercado e da rentabilidade do ciclo continuam.

Em Campo Verde, o produtor Fernando Ferri cultivou pouco mais de um mil hectares com milho nesta segunda safra 2023/24. A área é 30% menor que a extensão destinada o ano passado. Entretanto, de acordo com ele, não foram poupados investimentos em adubação na expectativa de alcançar uma boa produtividade.

Mas, além do investimento em adubação, outro fator tem auxiliado para o bom desenvolvimento em sua lavoura: a chuva. Desde o início do plantio, no começo de fevereiro, até agora os pluviômetros da fazenda já registraram um acumulado de 438 milímetros.

“É um bom nível de chuvas. Está de bom a excelente o desenvolvimento do milho, mas tem que chover bastante pela frente. Nós estamos no meio da produção de milho. Eu tenho milho mais novo e mais velho”.

Fernando Ferri conta à reportagem do Canal Rural Mato Grosso que, devido à falta de chuva na soja, atrasou a semeadura do milho, vindo a ter parte do cereal plantado fora da janela, o que eleva ainda mais as expectativas de que as chuvas permaneçam “para salvar a safra”.

O volume de chuvas também está sendo generoso nos milharais semeados em Paranatinga, segundo o diretor executivo do Sindicato Rural do município, Thomas Paschoal. A torcida, assim como em Campo Verde, é pela manutenção hídrica no solo até a fase final do enchimento de grãos para evitar risco de perdas, uma vez que boa parte das lavouras foi plantada fora da janela ideal.

“Março foi um mês que choveu bem, então o milho teve uma condição climática melhor. O que se vê são lavouras bem nutridas. Nós temos a esperança que vai produzir um milho bom. [Estamos] contando que a chuva permaneça mais esse mês de abril”.

Rentabilidade do milho em cheque

Apesar do bom desenvolvimento das lavouras, em relação à rentabilidade o cenário segue de apreensão diante da desvalorização do cereal no mercado e dos custos, ainda sendo aplicados na lavoura.

Fernando Ferri conta que em 2024 registrou um ataque severo de percevejo barriga-verde. Com isso, destaca ele, o número de aplicações praticamente dobrou para o controle do inseto.

“E agora estamos vendo a entrada da cigarrinha com mais força novamente”, frisa.

Outro ponto salientado por Fernando Ferri é quanto aos fertilizantes que, conforme ele, não caíram “na mesma velocidade que os preços das commodities caíram”, assim como os defensivos.

“Então os custos têm ficado alto. As sementes altíssimas. E, o ano passado tínhamos contratos ainda de R$ 60. Esse ano não tem nada. A melhor opção no contrato que apareceu agora foi R$ 40, que está abaixo do custo de produção. Você tem muito investimento contando com a sobra desse dinheiro. Um ano muito difícil e o preço não reage”.

Fernando Ferri comenta ainda ao Canal Rural Mato Grosso que não descarta reduzir ainda mais a área destinada ao milho no próximo ano.

“Nos níveis que estão aí não compensa plantar. O risco é muito grande. O custo fica muito próximo da produção. A gente tende ter prejuízo em qualquer intempérie climática”.

Em Mato Grosso, as lavouras de milho nesta safra ocupam uma área de 6,944 milhões de hectares. Uma redução de 7% em relação à última temporada. O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) estima que o estado registre uma produção em torno de 43,276 mil toneladas, queda de 17,58%.

Até março, apenas 21% do volume previsto de milho a ser colhido havia sido comercializado antecipadamente.

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