“Tudo o que tinha para dar errado esse ano deu”, avalia o vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Luiz Pedro Bier, sobre o atual ano-safra. “Uma tempestade perfeita” formada por clima seco, provocando quebra de produção, alto custo de produção e preços em baixa. Fatores, que segundo ele, prejudicam não somente a receita do produtor rural, mas dos municípios agrícolas e, também, do estado como um todo.
A colheita da soja 2023/24 em Mato Grosso está na reta final, e a cada avanço das colheitadeiras o saldo das adversidades do clima ficam ainda mais visíveis. E mesmo assim, salienta Luiz Bier no programa Estúdio Rural desta semana, os preços pagos pela saca de 60 quilos “seguem aquém do esperado”.
“A Aprosoja-MT vinha alertando que a quebra seria maior do que os institutos projetavam. E isso veio a se confirmar. E não está refletindo nos preços. Isso nos preocupa muito, porque a possibilidade de uma crise profunda, de uma crise grave é real”.
O vice-presidente da entidade frisa ainda, ao Canal Rural Mato Grosso, que a situação preocupa ainda mais quando se olha para o pequeno produtor e as pequenas cidades, que dependem do agronegócio para a sua arrecadação.
“As pequenas cidades vão sofrer mais com essa crise. Esse ano é um raro ano, que mesmo quem colhe bem não vai ter lucro ou vai ter pouco lucro, porque a quebra de preço é tão importante quanto a quebra climática”.
À espera de socorro
De acordo com Luiz Bier, até o momento o setor produtivo mato-grossense não obteve respostas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) quanto as solicitações emergenciais feitas.
“Tão grave quanto não vim esse dinheiro, é o dinheiro chegar atrasado. O Ministério precisa nos dar uma resposta e tomar atitudes rápidas. As nossas contas começam a vencer em 30 de março. Se ocorrer do produtor não pagar a conta, todos os municípios agrícolas e o estado de Mato Grosso vão sofrer”.
Outro temor destacado pelo vice-presidente da Aprosoja-MT, durante a entrevista ao Estúdio Rural, é quanto à possibilidade de aumento pedidos de recuperações judiciais por parte dos produtores.
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