A safra 2023/24 de soja em Mato Grosso é considerada preocupante. Em Campo Verde, região sudeste, há relatos de talhões registrando média de 7 sacas por hectare e em Nova Mutum, no médio-norte, de apenas 13,5 sacas por hectare. Volumes estes considerados insuficientes para cobrir o custeio da temporada de R$ 4.124,27 por hectare.
Os efeitos do clima adverso nesta safra são sentidos em todas as regiões mato-grossenses. A colheita no estado prevista para começar entre 22 e 31 de dezembro, teve início ainda em novembro com o encurtamento do ciclo da soja.
Em Campo Verde, em uma área de 800 hectares de soja semeados nesta safra os primeiros talhões apresentaram média de produtividade de apenas 7 sacas por hectare. O agricultor chegou a ter de adaptar a plataforma da colheitadeira com pás de borrachas, uma vez que as plantas estão com apenas um palmo de altura.
Já em Nova Mutum, o produtor Alduir Cedenese comenta ter colhido em um talhão de 115 hectares nesta segunda-feira (18) uma média de 17,3 sacas por hectare. Conforme ele, 50% dos 1,4 mil hectares destinados para a oleaginosa nesta temporada 2023/24 estão nessas condições. Nos demais 50% ele estima colher entre 35 e 40 sacas de média por hectare.
“Na última safra colhemos 72 sacas por hectare. Esse ano investimos mais. Tínhamos uma perspectiva de colher entre 72 e 75 sacas, mas a perda será de 55% a 60%”.
Produtividade não cobre custeio
O custeio total da safra 2023/24 de soja em Mato Grosso apresentou um recuo de 13%, quando comparado com a temporada passada. Essa queda se deu pela redução nos custos de insumos agrícolas, principalmente para fertilizantes que apresentaram recuo de 25,33%, segundo o Funding Soja, divulgado na última semana pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Entretanto, apesar da boa notícia, os resultados que estão sendo obtidos nas lavouras, de acordo com os produtores, não cobrem tais custos.
Dados do Funding da Soja apontam que a área plantada prevista para a safra 2023/24 é de 12,1 milhões de hectares, apresentando um custeio de R$ 4.124,27 por hectare. Com isso, o custeio total da safra de soja no estado fica em R$ 50,41 bilhões para este ciclo.
Mapa estuda medidas para auxiliar em MT
Na manhã de segunda-feira (18), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou que a pasta irá estudar medidas que auxiliem os produtores de soja em Mato Grosso diante da baixa produtividade média provocada pelas adversidades climáticas.
De acordo com o ministro, a decisão foi tomada após relatos de produtividades médias entre 10 e 20 sacas por hectare chegarem ao Ministério.
Em vídeo, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, classificou a situação vista em Mato Grosso como “grave” e “muito preocupante”.
“Vamos imediatamente chamar as nossas equipes técnicas e iniciar os debates e trabalhos com as autoridades mato-grossenses e com os produtores para que possamos tomar medidas excepcionais. Um momento de excepcionalidade reque excepcionalidade. E, é isso que vamos estar fazendo para minimizar os impactos a esses produtores e para a economia do estado”.
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