CONEXÃO FPA-MT

Quebra da safra: campo e legislativo de MT pedem socorro à União

Estado pode deixar de arrecadar mais de R$ 500 milhões com a redução da produção de soja, diante das adversidades climáticas

A preocupação com as consequências da quebra da safra de soja para o bolso dos agricultores e para a economia de Mato Grosso mantém o setor produtivo em alerta. A previsão de uma queda na arrecadação superior a R$ 500 milhões está na pauta da Frente Parlamentar da Agropecuária do estado, que soma forças aos agricultores no pedido de ajuda ao governo federal.

O tema é um dos destaques da estreia do Conexão FPA-MT, novo programa do Canal Rural que mostrará o trabalho conjunto dos parlamentares e das lideranças do agronegócio mato-grossense.

“A Frente Parlamentar está bem focada. São temas importantes que são debatidos dentro das reuniões e com o apoio do setor”, salienta o deputado estadual Dilmar Dal’ Bosco (União-MT), coordenador da FPA-MT.

Entre os assuntos em debate hoje está a crise vivida pelo setor agrícola diante das adversidades climáticas sofridas pela cultura da soja nesta safra 2023/24, ocasionada pelo fenômeno El Niño, e que levou alguns produtores a colherem menos de dez sacas por hectare em cultivares de ciclo curto.

Conforme o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Costa Beber, muitos produtores, inclusive os tecnificados e com histórico de boas produtividades, tiveram resultados ruins nesta temporada e estão preocupados com a possibilidade de ocorrer washouts, de não conseguirem cumprir os seus compromissos.

Lucas Beber comenta que recentemente uma carta foi enviada ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) com um pedido de alongamento das dívidas dos produtores e que os mesmos não sejam negativados, além de linhas de crédito.

“Esse pedido de socorro ao Ministério é justamente para que não haja uma enxurrada de recuperações judiciais e também pensando no comércio local de Mato Grosso também, que vai ser muito impacto caso não haja uma linha de crédito”.

Na avaliação do presidente da Aprosoja-MT a interlocução da FPA-MT junto ao governo federal é de suma importância, pois traz mais força e mostra que “é sério o problema de Mato Grosso, porque é algo atípico. É acima do que o produtor estava preparado para suportar”.

Quebra na safra, queda na arrecadação

Segundo o deputado estadual Dilmar Dal’ Bosco, entre 65% e 70% da economia mato-grossense depende do setor produtivo.

“O estado vai deixar de arrecadar mais de R$ 500 milhões, R$ 600 milhões na sua economia. Isso é ruim para o estado que tem infraestrutura e obras estruturantes. Alguns agricultores estão bem calçados, já vem de uma produção sólida de alguns anos, mas a maioria são pequenos produtores, pessoas que no dia a dia precisam do custeio”.

O parlamentar frisa que é preciso auxílio por parte do governo federal com a abertura de linhas de crédito com vigência maiores.

“Vemos com preocupação esse tema. Já levamos ao governador Mauro Mendes. Alguns municípios declararam estado de emergência, como Sorriso, e nós precisamos levar todo esse movimento ao governo federal para buscar linhas de crédito para a agricultura de Mato Grosso, que é uma agricultura mundial, que alimenta o mundo e ajuda o PIB brasileiro”.

Moratória da soja na pauta

Outro assunto na pauta da FPA-MT, assim como do governo do estado, é a moratória da soja. De acordo com o presidente da Aprosoja-MT, muito produtores estão sendo penalizados e não conseguem comercializar sua produção.

“Isso preocupa, porque a moratória da soja ela não é só uma restrição ambiental. Ela está acima da nossa Constituição, da nossa legislação, do Código Florestal”.

Para o deputado estadual Dilmar Dal’Bosco assim como os produtores estão sendo penalizados, mesmo havendo um Código Florestal que disciplina, “temos que penalizar essas empresas. Nós temos que por algum impedimento para eles também. Algumas sanções, mudanças na legislação”.

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