O ritmo da colheita da soja 2023/24 apresentou desaceleração pela primeira vez no comparativo com o ciclo passado. Dos pouco mais de 12,1 milhões de hectares semeados, 84,66% receberam as colheitadeiras até o dia 1º de março. O percentual é 3,46 pontos percentuais menor do que o registrado na 2022/23 no período. Preço da saca de 60 quilos segue em declínio.
Na variação semanal a colheita exibiu avanço de 8,21 pontos percentuais, conforme relatório do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
O relatório revela, ainda, que na safra 2022/23 88,12% da área estava colhida. Já a média histórica dos últimos cinco anos é de 83,52%.
Vale ressaltar que a colheita da soja em Mato Grosso teve início em meados de novembro em algumas regiões, em decorrência a forte presença do fenômeno El Niño, que causou o encurtamento de ciclo de cultivares de ciclo curto.
Diante disso, os números apontam que a colheita desta temporada deve encerrar ainda em março. Na safra 2022/23, de acordo com o Imea, os trabalhos foram concluídos em meados de 14 de abril do ano passado.
Médio-norte em reta final na soja
O relatório semanal de colheita da soja mostra que a região médio-norte deve encerrar os trabalhos nos próximos dias. Por lá, os produtores já colheram 99,18% da área semeada. O mesmo vale para o oeste mato-grossense com seus 98,02% de área colhida.
Na região norte foram colhidas 90,90% da extensão destinada para a soja e na noroeste 89,19%. Já nas regiões centro-sul e sudeste 79,69% e 73,72%, de suas respectivas áreas.
A região mais atrasada com a colheita é a nordeste, segundo o relatório do Imea, com apenas 65,25% da área colhida.
Preço em declínio
Ao passo que os trabalhos de retirada da oleaginosa das lavouras avançam, os preços da saca de 60 quilos no estado seguem em queda. Analisando os valores pagos em 1º de março de 2023 e 1º de março de 2024 é possível observar um decréscimo de R$ 43,57 do produto no mercado disponível.
Na última sexta-feira (1º) a saca em Mato Grosso encerrou o dia cotada em média de R$ 97,01. O valor inferior aos R$ 140,58 pagos em média ao produtor na mesma data em 2023.
Na avaliação de especialistas, o declínio observado nos últimos meses dos preços da soja podem ser um reajuste de mercado, que estaria voltando aos patamares de antes da pandemia. Entretanto, ao passo que o valor pago aos produtores cai, o custo de produção segue alto.
Estimativa do Acompanhamento dos Custos das Produções Agropecuárias de Mato Grosso (Acapa-MT), realizado pelo Senar-MT e pelo Imea, divulgado na última semana, pontua que Custo Operacional Efetivo (COE) da safra 2024/25 apresenta um aumento de 1,26% no comparativo com a temporada 2023/24. As projeções apontam um valor de R$ 5.704,70 por hectare.
“Analisando o Ponto de Equilíbrio (PE) para a safra, no qual foi utilizada a média da produtividade das últimas cinco safras para calcular o indicador, nota-se que o preço negociado em janeiro, de R$ 96,05 a saca, já não cobre o custo com o COE, que ficou estimado em R$ 98,02 a saca”.
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