Três funcionários terceirizados de uma multinacional do agronegócio foram detidos em Lucas do Rio Verde (MT) suspeitos de fraudar a classificação de grãos comprados pela empresa. A prisão ocorreu após denúncia da própria empresa e investigação da Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
Segundo informações da Polícia Civil, os três foram detidos na terça-feira (11), após a GCCO instaurar procedimento para apurar indícios de fraudes identificadas no processo de classificação de grãos na unidade da empresa em Lucas do Rio Verde.
No decorrer das investigações, explica a Polícia Civil, foi constatado que os três funcionários, contratados de forma terceirizada, estavam fraudando o processo, trocando amostras de grãos e durante a classificação não eram observadas as normas técnicas da empresa.
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Com o auxílio da empresa, os policiais acompanharam toda a ação dos suspeitos e registraram por de câmeras de segurança.
As investigações revelam que as cargas, que tiveram a classificação fraudada, saíram de uma empresa no município de Sorriso. De acordo com a Polícia Civil, na terça-feira o processo de classificação de grãos foi acompanhado por uma equipe da GCCO em tempo real, onde foi constatada a fraude em mais umas leva de classificação, em que os três suspeitos atuavam.
Após a abordagem ao trio, os caminhões foram encaminhados para um novo processo classificatório, no qual uma empresa certificadora constatou a fraude.
Percentuais de impureza, fermentação e umidade eram alterados
Aos policiais da GCCO um dos suspeitos relatou receber até R$ 800 por carregamento e que repassava aos demais. Outro suspeito informou que o esquema era coordenado por um colega que também havia sido detido e que o mesmo mantinha contato com um classificador de grãos na origem, ou seja, na empresa de Sorriso.
Conforme a Polícia Civil, todos os caminhões tiveram amostras analisadas para avaliar percentuais de impureza, fermentação, avarias e umidade e apresentaram diferenças entre os valores detectados na empresa de origem e na empresa de destinação, em Lucas do Rio Verde.
Um dos exemplos das amostras avaliadas foi a classificação de umidade, que em um caminhão deu percentual de 10,10%. Na nova avaliação, feita pela empresa certificadora e acompanhada por um perito nomeado, o percentual saltou para 13,50%. outra amostra, de grãos fermentados, quando o caminhão chegou à empresa o percentual foi de 16,30%, enquanto que na nova avaliação esse número passou para 38,60%.
A ação investigativa contou com apoio da delegacia do município.
A investigação da GCCO prossegue para identificar se há outras pessoas envolvidas no esquema criminoso.
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