Áreas de pastagem degradadas que antes contavam com uma cabeça de vaca por hectare, hoje produzem em média 70 sacas de soja por hectare. Essa é a realidade vista em Marcelândia, região norte de Mato Grosso, com a implantação sistema de integração lavoura-pecuária (ILP).
O ganho em produtividade com o sistema de integração lavoura-pecuária tem animado produtores, como a Silvania Miranda Garcia Martins e sua família. Hoje, com 1,5 mil hectares de soja e até armazém para guardar a produção, ela comemora o bom resultado alcançado com a iniciativa.
“Aquelas áreas degradadas que já não produziam, que eram uma cabeça de vaca por hectare, hoje está produzindo em média 70 sacas por hectare. Marcelândia tem tudo para despontar no meio agrícola e ser uma das grandes produtoras do Brasil”, diz Silvania.
Conforme a produtora, hoje “a gente tem uma Sorriso dentro de Marcelândia”.
Manejo de adubação e melhoramento do solo
Quem também está satisfeito com os resultados é o produtor Diego Francisco Bertuol. O agricultor aponta um avanço do manejo de adubação e o melhoramento do solo nas propriedades integradas como grande estratégia para a conquista de boas produtividades.
“O pessoal já vem com a parte do conhecimento, a parte técnica. Vem investindo em perfil de solo, em calcário, em gesso. Aí você coloca a soja e dá esse sojão que está dando aí. O boi deu uma diminuída e o pessoal tem procurado ir para a lavoura”.
De acordo com os produtores rurais de Marcelândia, o clima favorável para o cultivo de duas safras, a valorização dos grãos no mercado e a ampla oferta de terras disponíveis são os principais estímulos para o avanço da agricultura sobre áreas de pastagens degradadas no município.
Marcelândia conta com 12 mil quilômetros quadrados. Atualmente são cerca de 140 mil hectares destinados para a produção agrícola, pontua o presidente do Sindicato Rural Marcelo Ricardo Cordeiro. E, com certeza áreas que são de pastagem, que dependem de reforma, estão migrando para lavoura”.
Sistema ILP auxilia em ganhos na pecuária
A expansão da agricultura no município também é bem vista pelos pecuaristas. Marcelândia tem hoje um rebanho de aproximadamente 200 mil cabeças de gado.
Segundo a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), além de melhorar a qualidade dos animais, a integração também tende a agregar valor para as atividades.
“O produtor rural de Marcelândia, em virtude da logística que ficou bem interessante com o escoamento dos grãos pelos portos do Pará, passou a ter a opção, a viabilidade de agregar as duas atividades, que na nossa maneira de entender se complementam. Elas somam e oferecem a oportunidade de o produtor estar fazendo tanto o grão quanto a carne na propriedade”, frisa Agenor Vieira de Andrade Neto, segundo vice-presidente Acrimat.
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