FEBRASEM

Sementeiros devem estar atentos à mudança de perfil do produtor, alerta especialista

O rearranjo da cadeia e as transformações em termos de consumidor foram alguns dos pontos abordados durante a Febrasem

A agricultura brasileira passa por mudanças com a chegada da quarta geração. O perfil voltado mais para gestão e tecnologia do novo agricultor tem levado diversos setores do elo da cadeia produtiva a se adequarem, principalmente o sementeiro.

o fundador e CEO da Blink, Lars Schobinger, na Febrasem
Foto: Viviane Petroli/Canal Rural Mato Grosso

“Os produtores estão cada vez mais buscando otimizar o custo para produzir com menos. Essa geração nova não é mais formada por agrônomos e esse produtor quer falar mais com as empresas sobre questões jurídicas, econômicas e gestão”, comentou o fundador e CEO da Blink, Lars Schobinger, durante a palestra “Cenários Futuros do Mercado de Sementes no Brasil” realizada na segunda edição da Feira Brasileira de Sementes (Febrasem), em Rondonópolis (MT), na última sexta-feira (16).

A feira, promovida pela Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), já é considerada indispensável no setor sementeiro. Em sua segunda edição, o evento bateu recordes de público e expositores. Foram mais de 500 participantes entre agricultores, empresários, pesquisadores e estudantes, além de 30 expositores nacionais e internacionais.

Lars destacou que apesar de desafiador para o setor sementeiro, bem como os demais da cadeia produtiva, tal perfil mais jovem do produtor brasileiro é considerado positivo para a evolução do agronegócio no país. Conforme ele, hoje a média de idade do produtor no Brasil é de 38 anos, enquanto nos Estados Unidos e Europa está na casa dos 60 anos.

o fundador e CEO da Blink, Lars Schobinger
Foto: Viviane Petroli/Canal Rural Mato Grosso

Cinco pilares explicam a movimentação

Diante da mudança de perfil do cliente, de acordo com o especialista, é preciso olhar para cinco grandes pilares que explicam essa movimentação.

“Isso muda a forma em que eu ofereço crédito. Isso também passa em repensar a oferta, ou seja, eu tenho que levar mais coisas. Tenho que repensar a qualidade de mão de obra, que terá que ter capacidade de explicar e argumentar mais produtos, e eu terei que adicionar serviços”, salientou.

Lars frisou ainda que em decorrência de tudo isso todos os setores estarão pressionados por rentabilidade.

“Talvez o sementeiro seja o que mais vai estar pressionado por rentabilidade, o que mais vai ter que conseguir fazer uma ótima gestão para defender a sua margem”.

O especialista destacou ainda que é preciso que o sementeiro se lembre que “o maior patrimônio no ponto de vista do produtor é a semente”.

“Independente do caminho a ser seguido, o foco é no cliente. O produtor ele é muito mais fiel à semente do que à revenda. É sempre um bom produto que fideliza. A semente é o gatilho para fazer o pacote de valor”.

 

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