O projeto Rentabilidade no Meio Rural do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), em parceria com o Senar-MT, Sistema Famato e Embrapa Agrossilvipastoril, analisou o mercado e os resultados econômicos da agricultura e pecuária, além de outras culturas desenvolvidas em Mato Grosso. A elaboração de estudos de viabilidade técnica e econômica de diferentes modelos e sistemas de produção é o foco do projeto. A intenção é ajudar os produtores nas tomadas de decisões.
De acordo com o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), Mato Grosso conta com um rebanho de 32,77 milhões de cabeças. No primeiro semestre de 2022, o abate foi 0,90% maior ante o mesmo período de 2021.
O analista de Rentabilidade da Pecuária do Imea, Emanuel Salgado, mostra as considerações e resultados econômicos da bovinocultura de corte e leite. Ele explica que o principal destaque na pecuária de corte, setor importante para economia do estado, foi o aumento no preço dos fertilizantes. “Nós vimos que após a pandemia os pecuaristas começaram a utilizar menos insumos nas atividades, o que ocasionou um delay na evolução que estávamos tendo”, explica.
Lucratividade em queda
Emanuel aponta também, que devido ao aumento nos custos e queda no preço pago pela arroba, todos os sistemas de produção (cria, recria e ciclo completo) apresentaram queda no “Lajida” (lucro antes de juros, depreciação e amortização) registrando 6,7%, 4,7% e 10,4%, respectivamente.
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O que se observa para a bovinocultura de corte é que entre 2022 com o ano de 2021, ocorreu uma queda na rentabilidade do produtor. Emanuel diz que a atividade ainda está em patamares que comparado aos últimos cinco anos, acompanha uma queda de aproximadamente 10% tendo como principal fator, a alta dos fertilizantes.
Pecuária de Leite
A produção de leite em Mato Grosso tem registrado queda constante, uma vez que o número de vacas ordenhadas está cada vez menor. Em 2020 atingiu a mínima histórica de apenas 390 mil cabeças.
O analista do Imea diz que as variações de centavos passam despercebidas pelo consumidor mas, cada valor alterado no preço final altera o custo de produção e impacta o setor, diretamente. “Temos visto que a demanda não tem conseguido absorver todo o aumento (de preços) nas gôndolas do mercado e isso fez com que a expectativa do custo cobrado pelo leite no mercado e pago ao produtor, tende a reduzir. A menor demanda de leite nos mercados faz o preço pago cair, gerando um efeito cascata”, afirma.
Comparando a captação até junho de 2022 ante a junho de 2021, é possível observar uma queda de 24,77% no volume total. Apesar do aumento em 62,11% no preço pago ao produtor, a lucratividade da atividade apresentou queda de 15,13% em 2022 comparado com o mesmo período em 2021.
