A demanda de clientes diante a alta tecnologia embarcada nas máquinas agrícolas está levando as fabricantes a investirem em capacitação no campo. Em Mato Grosso, montadoras estão firmando parcerias com instituições para levar qualificação tanto na área de operação quanto manutenção.
O Brasil, segundo o presidente do Sistema Fiemt, Gustavo Oliveira, tem como um de seus desafios a formação de bons profissionais em diversas áreas.
Dados de um mapa do trabalho realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que há uma necessidade em Mato Grosso de qualificação e atualização de 178 mil pessoas nos próximos quatro anos.
Vendo que não adianta apenas investir em uma tecnologia e depois no campo que a mesma não consegue proporcionar o esperado pelo cliente, fabricantes de máquinas agrícolas estão investindo, através de parcerias, em capacitações. Mato Grosso, considerado o celeiro da produção agropecuária brasileira, está sendo o ponta pés de projetos que devem ser levados para outros estados.
Nesta semana duas grandes montadoras anunciaram parcerias com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Mato Grosso (Senai MT): John Deere e Case IH.
Na noite de quarta-feira (26) a John Deere e o Senai inauguraram em Várzea Grande um Centro de Treinamento, que atenderá diversos públicos, de funcionários da companhia a concessionários e pessoas sem ligação com as empresas, mas que tenham interesse em se aprimorar no segmento de máquinas.
A parceria ainda contempla estruturas de capacitação John Deere nas unidades do Senai dos municípios de Sinop e Rondonópolis em Mato Grosso.
“O Senai é reconhecido mundialmente por ter uma excelente metodologia de ensino. A concretização desse espaço vai fazer tenhamos um ambiente adequado para formar profissionais de excelência tanto em manutenção quanto em operação de máquinas”, diz Gustavo Oliveira.
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Mato Grosso é exemplo, diz John Deere
A escolha de Mato Grosso para implantar o projeto de qualificação de mão de obra em parceria com o Senai, conforme o diretor de marketing da John Deere América Latina, Rodrigo Bonato, é decorrente a potencialidade do estado.
Bonato destaca que se Mato Grosso fosse um país, ele seria o quarto maior produtor de alimentos do mundo, ficando atrás da China, dos Estados Unidos e do próprio Brasil.
“Só em Mato Grosso são mais de 450 mil pessoas trabalhando no agro. Hoje, em 10 mil hectares, em duas safras em Mato Grosso, se gera um volume de dados superior a 70 teras. Isso é o mesmo volume de dados que a internet brasileira tinha na década de 90. E, nós precisamos de pessoas capacitadas não só para operar os equipamentos e consertar, mas de profissionais que estejam atentos para análise desses dados para trazer cada vez mais eficiência ao ciclo de produção”, pontua o diretor da John Deere.
Emanuel Ritter, gerente de Entrega de Treinamentos da John Deere Brasil, destaca que a inauguração do Centro de Treinamento em Várzea Grande mostra que a empresa está no caminho certo para o aperfeiçoamento de colaboradores e do público em geral que desejam se qualificar.
“A John não medirá esforço para aprimorar o público e compartilhar o conhecimento. Não podemos crescer em nossas áreas, nos nossos setores, atingir nossas metas, se não priorizamos o aprendizado de indivíduos interessados e comprometidos. Este é só um dos muitos passos que daremos em direção a educação”, diz Ritter.
Case IH investe R$ 36 milhões em MT
Na terça-feira (25), em Sorocaba (SP), a Case IH anunciou investimentos na ordem de R$ 36 milhões em capacitação no estado através de parceria com o Senai e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Mato Grosso (Senar-MT).
Através do Senar e Senai serão ofertados mais de 30 mil treinamentos nos próximos três anos em Mato Grosso pela fabricante.
Christian Gonzalez, vice-presidente da Case IH para a América Latina, explica que a parceria com o Senar e o Senai em Mato Grosso surgiu após a demanda de clientes quanto a necessidade de mão de obra qualificada.
“Somos uma marca que investe e desenvolve alta tecnologia. então, não adianta a gente investir em uma tecnologia que depois no campo ela não consegue ser utilizada. Como não temos braço suficiente para ir ao campo, fomo buscar parceiros. E, ninguém mais qualificado que o Senar e o Senai em Mato Grosso para isso”, pontua Gonzalez.
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