MT SUSTENTÁVEL

Projeto de revitalização de nascentes em Sorriso impulsiona o reflorestamento e a conservação ambiental

A recuperação de cada nascente gira em torno de R$ 80 mil e para que essas ações sejam financiadas o CAT elabora projetos que possam captar novos parceiros

Com um investimento em reflorestamento, o projeto Nascentes do Lira, liderado pelo Clube Amigos da Terra (CAT), tem revitalizado áreas de preservação permanente no município de Sorriso (MT). A iniciativa já catalogou 109 nascentes ao longo do Rio Lira, das quais 60 necessitam de intervenção, e busca parcerias estratégicas para garantir a conservação desse importante recurso hídrico. Ao todo, cinco cursos d’água já foram recuperados.

O rio possui 58 quilômetros de extensão e nasce e desagua dentro dos limites do município até ir de encontro com o Rio Teles Pires.

Foto: Leandro Balbino/ Canal Rural MT

“A gente faz o imageamento de satélite e ali a gente detecta onde é que elas estão e o grau de necessidade. Então a gente percebe que, quanto mais próxima da cidade, a gente vai vendo que o impacto é maior porque tem chácaras ou tem fazendas que procuraram abrir a área, ocupar mais a área, né, então a gente começa o trabalho em campo”, pontua Alfeo Augusto Trecenti, diretor técnico do CAT, em entrevista ao MT Sustentável desta semana.

A recuperação da nascente 58 foi iniciada em janeiro de 2023 e a ação já envolveu uma plantação de mais de três mil espécies nativas em pouco mais de um hectare. O projeto é uma parceria com o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) de Sorriso, sob a coordenação do professor e engenheiro florestal, Everton José Almeida.

Foto: Leandro Balbino/ Canal Rural MT

“Nós tentamos fazer um plantio alternado de espécies pioneiras e não pioneiras. A ideia é que as espécies pioneiras cresçam e criem um ambiente favorável para as não pioneiras completarem seu ciclo de vida”, explica Everton.

Ele ressaltou ainda que é necessário um período de manutenção de quatro a cinco anos após o plantio para garantir o desenvolvimento adequado das mudas. Para proteger as plantas mais jovens, foi instalada uma cerca elétrica ao redor da área de reserva – prática que distancia predadores naturais.

A recuperação de cada nascente tem um custo estimado entre R$ 70 e R$ 80 mil. Para financiar essas ações, o CAT elabora projetos visando captar parceiros. Recentemente, o Ministério Público destinou ao IFMT madeiras apreendidas para a construção de um viveiro, que deverá produzir mudas do bioma local a partir deste ano.

Foto: Leandro Balbino/ Canal Rural MT

“A gente tem a expectativa de trazer mais parceiros, mais financiadores para a gente fazer este projeto e terminar as 60 nascentes. Nosso sonho é que a comunidade e os empresários, que queiram nos ajudar a revitalizar, a cuidar das nossas nascentes”, afirmou Luciana Pereira, assistente de campo do CAT.

*Texto editado por Ana Moura.

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