
Mato Grosso alcançou em 2025 o menor número de focos de calor durante o período proibitivo de uso do fogo desde o início do monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1998. Foram contabilizados 7.202 registros no período, contra a média histórica de 31.428. A queda representa 77,6% em relação à série histórica e 82% na comparação com 2024, quando o Estado somou 41.138 focos.
O resultado marca o melhor desempenho em quase três décadas e posiciona Mato Grosso na 16ª colocação entre os estados brasileiros, à frente de unidades com menor extensão territorial.
O balanço foi apresentado nesta segunda-feira (1º), em Cuiabá, pelo Governo de Mato Grosso e o Corpo de Bombeiros Militar. Ao todo R$ 125 milhões foram investidos neste ano em ações de prevenção e combate foram decisivos para a redução.
Estratégia e resposta rápida
O governador Mauro Mendes afirmou que os resultados estão alinhados ao planejamento definido no início do ano.
“Houve uma grande redução nos incêndios florestais neste ano, e pudemos perceber que grande parte dos incêndios ocorreu em terras indígenas e áreas federais que, apesar de representarem 21% do nosso território, responderam por 51% desses incêndios. Ainda assim, com todos os investimentos realizados pelo governo, conseguimos a maior redução da série histórica. Isso demonstra que um bom planejamento e a correta alocação de recursos são fundamentais para que possamos alcançar esses resultados”, avaliou.
O comandante do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Flávio Glêdson, detalhou que as equipes realizaram 9.049 atendimentos, com tempo médio de resposta inferior a uma hora. Nas operações terrestres, foram percorridos 1,8 milhão de quilômetros, enquanto as aeronaves acumularam 855 horas de voo e lançaram 5,4 milhões de litros de água.

No Pantanal, cerca de 72% dos incêndios não ultrapassaram cinco hectares. Em Poconé, o índice foi ainda mais expressivo.
“95% dos incêndios em Poconé não ultrapassaram cinco hectares. Assim que identificávamos o foco, as equipes eram rapidamente lançadas com o helicóptero e aviões de combate para iniciar as operações aéreas, junto com as equipes em solo. Essas eram as ações que permitiam que o incêndio fosse extinto nas primeiras 48 horas, evitando que se tornasse um evento incontrolável”, destacou o Coronel durante a apresentação do balanço.
Fiscalização e parcerias
O comandante-geral também ressaltou a eficiência das parcerias com produtores rurais e o setor produtivo, por meio do Sistema Integrado de Cadastro de Recursos para Apoio aos Incêndios Florestais (SICRAIF), que reúne 11.490 recursos cadastrados em todo o Estado.
Na área de fiscalização, a Operação Infravermelho e a Operação Abafa resultaram em 13 prisões por crimes ambientais e multas que somam R$ 360 milhões, segundo o Corpo de Bombeiros.
“Este foi o ano em que mais aplicamos multas relacionadas ao uso irregular do fogo, desempenhando um papel ostensivo no interior do Estado, principalmente para evitar que esse uso irregular aconteça e para que as pessoas que ainda insistem sejam responsabilizadas. Historicamente, Mato Grosso aparece como campeão de queimadas. Neste ano, temos resultados expressivos. Um recorde de redução representando a maior diminuição em 27 anos”, destacou o coronel.
O secretário de Segurança Pública, coronel PM César Augusto de Camargo Roveri, reforçou a importância da integração entre forças de segurança e órgãos ambientais.
“Não há lugar no Estado de Mato Grosso onde a estratégia do Corpo de Bombeiros, da Segurança Pública e da Secretaria de Meio Ambiente não chegue e não realize o combate, com equipamentos, investimentos e inovação, como vimos aqui. Parabéns ao comandante dos bombeiros pelo que vem desenvolvendo, inovando e fazendo mais com menos, exatamente o que o governador nos determinou desde o início da gestão”, apontou.
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