A utilização de dejetos de aves na agricultura é uma prática que tem fomentado cada vez mais o setor. Ela faz parte da economia circular uma vez que torna o lixo, um recurso valioso na propriedade. A cama de aviário é uma alternativa sustentável no setor.
Em Nova Mutum, região ao médio-norte de Mato Grosso, o subproduto avícola é destaque na Fazenda Ilha das Flores. A propriedade de 560 hectares combina a produção de soja e milho estrategicamente próximo a oito núcleos de avicultura, totalizando 32 barracões.
Anualmente são criados nas granjas quatro milhões de frangos que produzem a cama de aviário. O resultado é o acúmulo de restos de rações, fezes e penas misturadas à serragem ou palha de arroz – um adubo natural com destino certo nas lavouras.
Notícias Relacionadas
Em entrevista ao MT Sustentável desta semana, o gerente das granjas, Osni Ramos, explica que aloca a cama na beira da lavoura quando se inicia a safra de soja, entre maio e agosto.
“Assim que for colhido o milho começa o trabalho para espalhar a cama de aviário nas lavouras. A previsão este ano é que cerca de três mil toneladas saiam dos galpões para fertilizar os campos de cultivos”, comenta Osni.
O proprietário da fazenda, Luiz Divino da Silva, conta que a característica do solo da propriedade varia de 8% a 19% de argila e que mesmo assim, a produtividade na lavoura de soja tem sido expressiva.
“Na nossa propriedade nós temos colhidos na faixa de 65 a 74 sacas por hectare. Nós consideramos essa média muito boa e essa produtividade tem relação com a cama de frango porque a gente sabe que em uma área arenosa não é fácil de produzir bem”, pontua.
Conforme o filho dele, Luiz Antonio, que é gerente agrícola da propriedade, a média do milho é de 139 sacas por hectare. “O uso da cama de frango é acompanhado por análises constantes do solo e por uma consultoria especializada já que os cuidados com o solo vão muito além”.
Ele explica que todo ano utilizam de duas a duas toneladas e meia de calcário. E quanto ao subproduto, são cerca de quatro toneladas por ano, diminuindo o adubo químico.
+Confira outras matérias da série MT Sustentável
+Confira todos os episódios da série MT Sustentável
Clique aqui, entre em nossa comunidade no WhatsApp do Canal Rural Mato Grosso e receba notícias em tempo real.
