SENAR TRANSFORMA

Orientação certa garante rentabilidade em chácara com um hectare de cultivo

Da pecuária leiteira para a olericultura, família em Poconé vê a vida se transformar plantando maxixe, quiabo e melancia

A Chácara Nova Aliança, localizada no Assentamento Lambari 3, em Poconé (MT), que antes era voltada para a pecuária leiteira, hoje vive uma nova realidade. A propriedade conta com 20 hectares, dos quais um hectare é destinado para o cultivo de quiabo, maxixe, melancia e testes com jiló e pimenta de cheiro.

O episódio quatro do Senar Transforma vai mostrar o trabalho realizado pela equipe da ATeG do Senar Mato Grosso com a olericultura. Como a informação com qualidade na hora certa tem ajudado a transformar a realidade de pequenos produtores do município.

O chapéu na cabeça e o chinelo nos pés da produtora Regiane Nascimento Mendes retratam o orgulho do campo e a simplicidade de quem colhe com as próprias mãos o alimento que cultivou.

“É o nosso sonho. Sempre foi. Na verdade, nós até já moramos na cidade, só que o nosso sossego é aqui”, conta a produtora ao programa do Canal Rural Mato Grosso.

O sossego neste caso é a satisfação de poder fazer o que gosta, numa jornada que começa bem cedo, antes mesmo dos primeiros raios de sol.

A rotina é a mesma todos os dias, mas Regiane afirma que “é muito bom estar aqui. Eu gosto de estar aqui. Eu gosto de trabalhar com a terra”.

Da pecuária leiteira para a olericultura

A família se mudou para a Chácara Nova Aliança há cerca de 16 anos. Na época a atividade era a pecuária leiteira. Com o tempo, Regiane e o marido Antônio César Rosa Mendes perceberam que o que mais gostavam mesmo era de mexer com a terra.

Gradativamente a atividade leiteira foi ficando de lado e iniciaram o plantio de melancia, no sistema de monocultura. Mas, não demorou muito a área de um hectare destinada para o cultivo começou a ganhar outras culturas.

A família é uma das assistidas pela Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Olericultura do Senar Mato Grosso no município. Com as orientações dos técnicos de campo, o maxixe passou a fazer parte da produção na chácara, assim como o jiló e o quiabo.

Uma diversificação que, segundo especialistas, é fundamental para o perfil da atividade da agricultura familiar para que os resultados sejam multiplicados, e consequentemente garantindo o sustento da família.

A transformação da vida da família conta com a ajuda direta do engenheiro agrônomo e técnico de campo da ATeG do Senar Mato Grosso, Benedito Edvaldo de Lima. Uma vez por mês ele visita a propriedade para identificar possíveis melhorias no manejo da produção e propor estratégias para alavancar os resultados.

Benedito presta consultoria para o casal há cerca de 18 meses. Com o passar das visitas, as conversas e orientações foram sendo amadurecidas e colocadas em prática, como a sugestão da diversificação de culturas para o manejo do solo, controle de pragas e doenças, assim como o escalonamento da produção.

“Plantavam tudo de uma vez. Eu percebi que ficaram na média de 60 dias sem ter nada para poder entregar, não tinha produto pronto para colher. Aí resolvemos ir diversificando e escalonando. Assim, eles têm o produto durante o ano todo e não deixa faltar para o mercado, para o consumidor final”, pontua o técnico de campo.

Manejo, irrigação e orientações ao pé da letra

As orientações da ATeG do Senar Mato Grosso são levadas ao pé da letra pelos produtores.

O manejo da horta também melhorou com as orientações sobre espaçamento, adubação de base de cobertura e irrigação, que aliás é um ponto forte na propriedade.

Conforme o técnico de campo da ATeG do Senar Mato Grosso, a chácara possui boa disponibilidade de água através de um semi-artesiano de 40 metros, um poço artesiano de 100 metros e outro poço artesanal, feito à mão. Além disso, há no local uma caixa d’água de cinco mil litros e outra de 15 mil litros.

Além do manejo, adubação e irrigação, as anotações do que entra e saí de receita também são levadas à risca.

“Geralmente não fazíamos a conta. Nós não sabíamos nada, mas com a vida do Senar nós mudamos totalmente. Começamos a fazer tudo certinho, colocar a quantidade exata, a venda, quanto de lucro tivemos”, conta Regiane ao Senar Transforma.

ATeG atende mais de dez frentes

Desde 2015 o Senar Mato Grosso passou a oferecer Assistência Técnica e Gerencial (ATeG). No estado o programa atua em diversas frentes de trabalho: Agroindústria, Apicultura, Avicultura, Cafeicultura, Bovinocultura de Corte e de Leite, Floricultura, Fruticultura, Grãos, Olericultura, Ovinocaprinocultura de Corte, Piscicultura e Cacauicultura.

Para receber as orientações dos técnicos de campo, de acordo com a mobilizadora do Sindicato Rural de Poconé, Marylia Silva, basta o produtor rural procurar o Sindicato, que irá reportar para o Senar Mato Grosso, que em seguida dá início ao desenvolvimento do projeto.

O supervisor regional do Senar Mato Grosso, Rodrigo Gonçalves, explica que hoje em todas as cadeias produtivas o produtor é atendido durante um período de três anos, com visitas mensais.

“Hoje, no Senar Mato Grosso, além da ATeG, nós temos uma gama de 187 cursos voltados para a capacitação do produtor rural. Aqui [o casal] eles são atendidos pela ATeG, faz a parte do plantio, diversificaram a quantidade de produtos, e acabaram de solicitar uma demanda de irrigação, para que venham evoluir neste processo”.

Uma troca acertada e um futuro de felicidade

Questionados sobre o futuro, como se veem daqui há dez anos, Regiane e Antônio César são enfáticos ao dizer que “vamos estar muito felizes, com bastante plantação”.

“Essa área futuramente quero ampliar ela para ter mais culturas, até porque a clientela está dobrando”, diz Antônio César ao Senar Transformar.

E sobre a troca da pecuária leiteira para a olericultura ele afirma que “sinceramente… Foi excelente!”

“Para mim foi uma bênção o Senar. Estão sempre orientando, qualquer dúvida eu pergunto. Um sempre ajudando ao outro”.

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