Um comerciante que juntou dinheiro e realizou o sonho de adquirir um sítio para o lazer da família, mas que se viu praticamente obrigado a aprender do zero a arte de criar peixes para aproveitar a estrutura da propriedade. Hoje, a atividade traz resultados satisfatórios.
Sítio Paraíso, Campo Verde, Mato Grosso. É neste endereço que o produtor Johnne Marques Pacheco Lopes escreve um novo capítulo da própria história. Empresário do ramo de ferragens e ferramentas, ele hoje “trata de peixe” com naturalidade. Algo bem diferente da realidade de pouco tempo atrás.
A propriedade foi adquirida há cinco anos com o intuito de ter um cantinho na zona rural e um lugar tranquilo para descansar.
Contudo, segundo o produtor, ele descobriu que dentro do local haviam duas potenciais atividades econômicas: a piscicultura e a bovinocultura de corte.
“Na verdade, nunca passou pela minha cabeça mexer com piscicultura. Ela caiu de paraquedas”, frisa ele ao Senar Transforma desta semana.
A área adquirida possuía seis tanques e, conforme repassado pelo antigo proprietário, eles contavam com 20 mil peixes alojados.
“Alimentamos e demos continuidade sem experiência nenhuma, com o pouco que ele nos passou e a programação para alimentar esses peixes”.
A retirada dos tanques de deveria ter ocorrido com cerca de 12 meses, acabou levando dois anos devido à falta de conhecimento. “Foi frustrante o início da piscicultura”, recorda.

Busca por resultados com assistência
Sem conhecer conceitos, técnicas, o manejo correto da atividade e registrando prejuízo, Johnne partiu em busca de uma assistência técnica. Ele conta que quase chegou a fechar contrato com um profissional, mas que tomou conhecimento sobre a chegada de uma nova frente de trabalho do programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar Mato Grosso, a ATeG Piscicultura, em Campo Verde e vou atrás dessa informação.
“Tem uns três anos que nós viemos fazendo esse trabalho. Mudou da água para o vinho, porque como eu falei, adquiri uma área para ser de lazer. E eu vi que tinha potencial para uma atividade econômica aqui, o peixe. O gado não tinha, depois que a gente foi adquirindo e aumentando. Essa assistência foi fundamental”, diz Johnne.
Com 100% de aproveitamento da assistência do Senar Mato Grosso, o produtor renovou para mais um ciclo os atendimentos.
“Eu sei que nesse período de três anos muitas coisas aconteceram, aprendi e sempre você está aprendendo coisas novas. Hoje a realidade é totalmente diferente de quando nós iniciamos”.
O conhecimento que promoveu melhores resultados, também encorajou novos investimentos, como a construção de mais um viveiro.
Atualmente, o produtor é atendido pelo técnico de campo da ATeG Piscicultura, do Senar Mato Grosso, Alex Júnior da Silva. Conforme ele, hoje são sete viveiros no Sítio Paraíso, sendo um transformado em uma espécie de berçário improvisado.
Entre as mudanças no local está, principalmente, o trabalho realizado com planejamento técnico e planejamento gerencial.
“Planejamento técnico de avaliar a estrutura, tipo de peixe, qualidade de peixe, quantidade de peixe. A parte gerencial preconiza trabalhar com a parte de biometrias, conversão alimentar, custo de produção e qual será o investimento do produtor nesse período”, relata o técnico ao Programa do Canal Rural Mato Grosso.
Pecuária auxilia na renda da propriedade
Cinco anos depois de comprar o sítio com a ideia de ter um local para descanso, o Johnne transformou gradativamente a propriedade em uma nova fonte de renda. Além da criação de peixes, a bovinocultura também entrou na rotina do produtor. E, assim como na piscicultura, ele recorreu ao Senar para aprender mais sobre a atividade.
Inicialmente, conta o produtor ao Canal Rural Mato Grosso, a bovinocultura de corte possuía o foco na cria. Contudo, após ver que no local não havia condições para ela, mudou o recria e engorda de fêmeas.
“Foi outra coisa frustrante. Tive que me desfazer dos animais e hoje venho colhendo bons frutos, por conta desse acompanhamento do Senar”.
No sítio, a lotação máxima alcançada por Johnne com os animais foi de 210 cabeças. Hoje, por uma decisão estratégica dele, a média é de 120 animais.
Conforme o supervisor de campo da ATeG do Senar Mato Grosso, Leonardo Freitas, ver os resultados obtidos no local é gratificante.
“Com a ajuda do técnico, o produtor para de olhar só a parte técnica, só aquilo que dói mais e passa a olhar para o bolso, que é onde às vezes mais dói”.
Leonardo pontua que o técnico tem como uma de suas missões passar para o produtor o que significa o Custo Operacional Efetivo (COE), Custo Operacional Total (COT) e o Custo Total (CT) da propriedade e o que aquele número realmente representa para o produtor.
“Ele não pode ser um número apenas para o sistema. Ele tem que ser um número que reflete a realidade da propriedade e quais ações vamos fazer para melhorar esses indicadores”.
O Senar Mato Grosso, explica o supervisor, trabalha no programa ATeG com até duas cadeias produtivas ao mesmo tempo na assistência aos produtores. Caso que ocorreu no Sítio Paraíso com os atendimentos nas frentes de piscicultura e bovinocultura de corte.
Ele destaca que o objetivo é mostrar ao produtor a necessidade de se separar as atividades, para que o centro de custos de uma atividade seja separado da outra e assim uma não utilize a receita da outra para cobrir suas despesas.
E no Sítio Paraíso, as orientações são levadas à risca. “Se eu pegar hoje, a piscicultura tira todo o meu custo do sítio. Ficaria todo o gado livre. Teria uma margem de lucro legal com o gado. E, se eu não mexesse com o gado, a piscicultura se pagava e tinha retorno. Hoje ela é essencial, tanto que ela está me incentivando a investir nela”, frisa o produtor Johnne Marques Pacheco Lopes.
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