SENAR TRANSFORMA

Empresário aprende na prática a ser pecuarista e transforma a fazenda da família

Há cinco anos a fazenda, localizada em Cuiabá, vive uma nova fase com foco na tecnificação e na intensificação da pecuária de corte

Dar novos rumos para uma atividade que estava praticamente parada, aprendendo cada passo de uma vez. Há cinco anos a Fazenda Aricá, em Cuiabá, vive uma nova fase com foco na tecnificação e na intensificação da pecuária de corte.

A propriedade está situada a cerca de 40 quilômetros da área central da Capital mato-grossense, nas margens da BR-163. Vista do alto, a fazenda de 360 hectares se mostra organizada e com uma bela estrutura, fruto do capricho e da dedicação do pecuarista Volmir Lorenzetti.

A história da Fazenda Aricá é antiga, como conta o pecuarista ao programa Senar Transforma desta semana. Ela atravessa gerações na família do sogro de Volmir. Contudo, somente há cinco anos vive uma fase de transformação.

“Assumimos a fazenda há cinco anos. Quando chegamos aqui estava o Cerrado ainda, bem pesado. Nós tivemos que pegar trator, trator esteira, grade pesada e de lá para cá a gente vem formando pasto, dividindo e dando continuidade em muitas coisas que não tinha”.

Entre as obras e melhorias feitas na estrutura, segundo o pecuarista, estão a construção do curral, do barracão e até mesmo da casa.

“Não tinha nada. E, assim, a gente vem desenvolvendo um grande projeto com gado de corte, gado de engorda”, salienta ele, que revela ter caído de paraquedas na pecuária.

Quando assumiu a propriedade, Volmir trabalhava com assistência para maquinários e tratores. A fazenda contava com 33 cabeças de gado e hoje são 600 cabeças e muita tecnologia para auxiliar no crescimento da produção.

Apoio e conhecimento que transformam

Diante das dificuldades e da falta de conhecimento para encarar uma nova atividade na prática, o Volmir buscou apoio no Senar Mato Grosso, por meio do programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Bovinocultura.

A técnica de campo da ATeG Bovinocultura, Ana Cláudia Ribeiro dos Santos, comenta ao Canal Rural Mato Grosso que quando chegou na propriedade viu que ali haviam pessoas com o sonho de serem produtores de gado de corte.

“Iniciamos organizando a casa. Organizando primeiramente o número de animais, fazendo a identificação desses animais para poder trabalhar a questão de rastreabilidade dentro da propriedade e fomos caminhando”, conta a técnica de campo.

Outras orientações que foram colocadas em prática foram a divisão da área em piquetes e a instalação de bebedouros para melhorar o fornecimento e a qualidade da água para os animais, uma vez que antes havia apenas uma represa.

Além disso, ao mesmo tempo em que a estrutura da fazenda foi melhorada, o produtor também investiu no melhoramento genético do rebanho.

O início dos atendimentos da ATeG Bovinocultura do Senar Mato Grosso começou há 33 meses e as mudanças continuam sendo vistas, assim como a transformação de Volmir.

“Eu estava perdido. Aí chegou o Senar Mato Grosso e veio de lá para cá fazendo o acompanhamento. Já estamos no terceiro ano. Melhorou 10% a nossa vida do que era. Eu não conhecia nada de gado”, diz Volmir.

Além das orientações dadas pelo Senar Mato Grosso, a tecnologia empregada em termos de equipamentos e maquinários também auxiliou para a transformação e evolução da fazenda.

O investimento em tecnologia, explica Volmir, foi algo estratégico e visa proporcionar mais facilidade no dia a dia dos colaboradores.

Cinco anos de evolução

A informação técnica que tem ajudado a transformar o jeito de lidar com a pecuária na Fazenda Aricá, também gera resultados no campo e na gestão da propriedade.

“A gente está contabilizando tudo na verdade. Estamos contabilizando tudo para que tenhamos uma definição do que vai ser melhor para a propriedade. Graças a Deus tem dado certo e já começamos a colher os frutos lá de trás que plantamos”.

De acordo com o pecuarista, é muito gratificante ver onde conseguiu chegar.

Plano ABC+ incentiva a sustentabilidade

O esforço para melhorar o desempenho da Fazenda Aricá é um exemplo de como o campo se torna cada vez mais sustentável. A intensificação da pecuária de corte, inclusive, é uma das práticas difundidas pelo Plano ABC+, que incentiva a adoção de sistemas, produtos, processos e tecnologias de baixo carbono.

O analista de pecuária da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Marcos Carvalho, comenta que o estado é responsável por 17% de todo o Plano ABC+ no Brasil.

“O ABC+ é um plano nacional. Ele vai de 2020 até 2030. Então, temos metas até 2030. Quando isso foi vendido para o produtor rural, ele entendeu de uma forma errada, porque pareceu que ele era obrigado a adotar práticas sustentáveis por causa de compromissos internacionais que o governo assumiu”, pontua.

Marcos esclarece que na prática não é bem assim. “Quando adotamos essas práticas, são práticas que vem para valorizar a propriedade”.

Para tornar mais clara a finalidade e as vantagens do programa, o Sistema Famato colocou em prática o projeto ABC+ em Ação, que tem a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec-MT) como parceira.

Em 2024 a caravana percorreu dez municípios do estado levando informações técnicas e conhecimento sobre as linhas de financiamento para os produtores rurais que adotam práticas de baixa emissão de carbono.

“Esse projeto está alicerçado em três pilares importantes. Um alicerce é o conhecimento, outro alicerce importante é o Senar através da ATeG e, por fim, são as linhas de crédito, recursos que existem dentro do Plano Safra, mais especificamente dentro do Renovagro”, frisa Marcos.

O assessor especial do Plano ABC+ em Mato Grosso da Sedec, Aruã Lotufo, pontua que “o Senar foi um parceiro chave nesse cenário, porque ele faz a conexão da extensão rural junto ao produtor”.

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