A produtividade de milho no Rio Grande do Sul deve crescer 40,3% na safra 2023/24. Segundo os produtores gaúchos, entre os segredos está o cuidado com o solo, sendo a rotação de cultura o principal.
Um dos principais estados produtores de milho do Brasil, o Rio Grande do Sul vê a cada ano a sua produtividade aumentar. Dados do sétimo levantamento de safra da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), apontam para o estado uma redução de 2% na área em relação ao ciclo passado, enquanto a produção deverá crescer 37,5%.
Tal variação na produção é creditada à produtividade.
“A cultura do milho para nós é muito importante. Nunca deixou de ser parte do nosso projeto de rotação de culturas e também de produção”, comenta o produtores Maurício de Bortoli, ao programa Diálogos no Campo, especial que integra o projeto Mais Milho, do Canal Rural Mato Grosso.
Os dados da Conab apontam que nesta safra 2023/24 o Rio Grande do Sul deverá ser o sexto maior produtor de milho. O estado fica atrás de Mato Grosso, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais.
Maurício de Bortoli salienta que a cultura do milho exige muito do produtor, uma vez que é uma “cultura técnica”, no qual para ter bons resultados “você tem que fazer investimentos proporcionais para colher esses resultados”.
De acordo com ele, por mais que a média de produtividade do Rio Grande do Sul para o milho seja em torno de seis mil quilos por hectare, hoje já é possível ver lavouras registrando produtividades de 18 mil quilos por hectare de milho seco.
“Hoje, estamos investindo muito em tecnologias com relação à híbridos, manejo de solo e uso de irrigação para conseguir contornar essas intempéries climáticas que sofremos aqui e atingir altas produtividades”, explica Maurício de Bortoli, um dos produtores do cereal referência no estado.
Estrutura de solo é essencial para o milho
Em algumas propriedades o cereal é visto como ouro, principalmente pela agregação de valor gerada com a suinocultura e avicultura. É o caso da propriedade da família de Valdir Jacoby, que conta com 107 anos de produção e está indo para a quarta geração.
“O milho considero o grão de ouro da propriedade, porque ele esteve presente desde então. Há mais de um século. Meus avós tiveram que criar suínos e aves para a sustentabilidade [econômica] da fazenda, aonde vem o milho, base para tudo”, conta Valdir Jacoby no Diálogos no Campo.
O agricultor em 2022 participou de um concurso nacional de produtividade e ganhou ao contabilizar 303 sacas por hectare.
“Nada cai do céu. Só chuva. As outras coisas precisam ser trabalhadas. Então, se começa pelo pedaço de chão. Estruturar esse solo. E é uma construção de muitos anos. Em cada fase, cada momento tem o seu cuidado. A gente tem que diversificar”, salienta.
De acordo com Valdir Jacoby, a rotação de culturas entra hoje na atividade como um termo “moderno”, mas que “nossos avós já mostravam que não podia plantar dois anos seguidos na mesma área milho”.
“Eles sempre rotacionavam com outras culturas. E essa é a prática funcional mais eficiente. Eu consigo na minha propriedade fazer seis, até sete, culturas diferentes considerando uma área. Em três anos você rotaciona”.
Cada ano é diferente
Adriano Borghetti, também produtor no Rio Grande do Sul, reforça que são muitos os detalhes quanto se trata da produção agrícola e que cada ano é um ano diferente, um resultado diferente.
“É muito forte o movimento de novas tecnologias, em acreditar e no sentido de buscar mais dados e ser eficiente”, salienta ele. Dentre as tecnologias implantadas na propriedade da família, comenta, está a irrigação em um terço da área desde 2012.
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