O otimismo em torno do milho safrinha em Mato Grosso já movimenta o mercado. Segundo as revendas, cerca de 80% dos produtores já garantiram os insumos antecipadamente.
Na região sudeste do estado o milho já tem lugar garantido, antes mesmo das plantadeiras entrarem em ação com a soja. Na propriedade do produtor Ari José Ferrari, em Primavera do Leste, o cereal ocupa papel estratégico na receita e deve cobrir mais de dois mil hectares nesta temporada. Segundo o produtor, parte dos insumos e das sementes já estão comprados.
“Se a gente não conseguir fazer a safrinha, só com a soja não fecha a conta, porque os preços baixaram muito. De uns dois, três anos para cá baixou demais. O custo é alto, também. Os insumos não baixaram. Só os preços [da saca]”, diz ao projeto Mais Milho do Canal Rural Mato Grosso.

Antecipação da soja para garantir o milho
Na região sudeste do estado, muitos agricultores decidiram até adiantar o plantio da soja para assegurar uma boa janela para o grão dourado que segue como o principal protagonista da renda no campo. É o caso do agricultor Jorge Piccinin. Mesmo com o clima ainda irregular, ele decidiu aproveitar as primeiras precipitações e adiantar o plantio da oleaginosa em 15 dias em relação ao ano passado, visando garantir uma janela mais favorável à segunda safra.
“O ano passado a gente atrasou o plantio. Deu uma média de 15 dias, até mais de 20 dias em alguns lugares. Mas, tivemos sorte. Foi um ano chuvoso e a safrinha mesmo fora da janela produziu bem. A empresas é que seja igual ou até melhor [nesta temporada]”, estima o agricultor.
A integração entre lavouras e usinas de etanol de milho é apontada como a grande motivação na aceleração da soja para garantir a janela do cereal.
“A margem do milho hoje está melhor que a da soja, mais seguro, porque a gente já tem o preço da semente, do fertilizante e dos químicos, então consegue fazer já esse custo graças a essas indústrias que estão absorvendo [a produção]”, frisa o tesoureiro do Conselho Estadual das Associações das Revendas de Produtos Agropecuários (Cearpa), Marcelo Cunha.
De acordo com ele, a aquisição do milho por parte das usinas de etanol tem fortalecido cada vez mais a região, assim como as demais regiões de Mato Grosso e outros estados do Brasil. Na avaliação do tesoureiro da Cearpa, se não houvesse tais indústrias, o cenário seria outro.
Otimismo movimenta comércio de insumos
O otimismo do produtor mato-grossense com o milho segunda safra já movimenta o comércio de insumos. Segundo o Cearpa, que reúne cerca de 300 empresas em todo o estado, as vendas estão mais adiantadas em relação ao ano passado.
Conforme Marcelo, 80% dos produtores já adquiriram os insumos para cultivar o cereal. “Temos uns 20% que ainda está dependendo, algumas regiões mais afastadas daqui. Mas, 75%, 80% já comprou a semente, o fertilizante e os químicos ou na trocar de barter, que faz o pacote, ou a cada produtor que compra particularmente, à vista. É uma região tradicional, temos essa tradição de plantar o milho como em outras regiões. Andou mais rápido [as aquisições], está diferente do ano passado”.
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