O custo de produção da soja e do milho no Brasil continua não acompanhando o recuo observado no valor pago pela saca de 60 quilos. A situação vista no país, segundo especialistas, também é registrada em grandes potenciais da agricultura, como Estados Unidos e Argentina. A necessidade de ser mais estratégico nas contas é cada vez maior.
A atual safra é vista como uma crise de renda, de acordo com o presidente da Comissão de Grãos da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), Ricardo Arioli. Convidado da live do projeto Mais Milho da última quinta-feira (29), ele destacou que apesar da situação o produtor “não tem como parar tudo e começar a fazer outra coisa, a não ser que arrende a fazenda ou venda”.
Em recentes visitas de grupos de produtores dos Estados Unidos ao Brasil, Arioli comentou que os mesmos também relataram estar enfrentando dificuldades quanto ao valor pago pelo bushel da soja e do milho na bolsa de Chicago.
“Eles me mostraram o custo de produção e US$ 11,50 o bushel da soja para eles é um prejuízo de US$ 56 por acre. E no milho é ainda pior. No milho é US$ 150 de prejuízo nesse nível de preço de US$ 4,60 o bushel”.
Preço baixo, venda parada
Com os preços no Brasil em baixa, principalmente em Mato Grosso, muitos produtores estão segurando a produção na expectativa de uma alta, diante da quebra de produção. Tal fato, inclusive, tem prejudicado os embarques realizados por empresas e tradings.
“Aquela soja que nós vendemos por preços melhores, antes do plantio, o pessoal está embarcando agora. Normalmente esperavam para embarcar no segundo semestre e esse ano já embarcou tudo”.
Conforme o presidente da Comissão de Grãos da CNA, acredita-se que as quedas observadas no mercado tenham haver com um realinhamento para os preços de antes da pandemia.
“Nós antes da pandemia vendemos a soja a R$ 80 a saca. Era remunerador. Mas, era uma outra condição de preços de insumos. Então, os preços dos insumos têm que cair”.
Calculadora é a maior aliada
Diante da situação de preços baixos e custos de produção ainda em alta, a calculadora, salientou Arioli, deverá ser a grande aliada do produtor para evitar maiores prejuízos.
“Quem está fazendo conta, faça detalhadamente o seu custo de produção. Vai monitorando os preços dos insumos. Não compre insumo caro. É um tiro no pé. Se nós já tivemos custo de produção que R$ 80 o preço da soja foi remunerador, esse negócio do custo de produção tem que voltar para trás”.
Ainda segundo ele, “hoje, mais do que nunca, o produtor tem que ser estratégico nas suas contas e na forma como ele vai agir nos próximos meses”.
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