Muito dos problemas vividos com pragas na safrinha de milho podem ser oriundos da safra de soja. A não realização do manejo do milho tiguera, segundo especialistas, por exemplo, favorece o ambiente de desenvolvimento da cigarrinha e do percevejo barriga-verde, dois insetos com controle considerados complexos.
O controle de pragas nas lavouras de milho continua sendo um grande desafio para os agricultores, ainda mais com o aumento das reavaliações de ingredientes ativos, como foi o caso da atrazina. A cigarrinha e percevejo barriga-verde apenas são alguns exemplos que tiram o sono de quem produz alimento e tira do campo o seu sustento.
Fernando Grigolli, doutor em entomologia e pesquisador de proteção de plantas, durante a live do projeto Mais Milho desta quinta-feira (14), pontuou que em outubro já podia se ver uma probabilidade de problemas com pragas nas lavouras de milho safrinha.
Segundo ele, o ambiente quente, como o observado em Mato Grosso e outras regiões, em decorrência ao fenômeno El Niño, “tem tudo o que as pragas gostam”.
A live integra a oitava edição do projeto Mais Milho, realizado pelo Canal Rural Mato Grosso, pela Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) e a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT).
Quatro pilares de controle
De acordo com Fernando Grigolli, existem quatro pilares que fundamentais para o controle das pragas nas lavouras de milho, principalmente da cigarrinha, considerado o mais complexo, e do percevejo barriga-verde.
O primeiro deles, considerado o mais fácil e barato, porém “é o mais difícil de conseguir convencer o produtor a fazer”, é o controle do milho tiguera durante a safra de soja.
A continuidade das plantas, explicou ele, favorece o ambiente de desenvolvimento da cigarrinha. Além disso, permite que o percevejo-barriga verde se reproduza dentro da soja e torne o seu combate ainda mais difícil, uma vez que o inseto é uma praga praticamente de solo e que fica escondida.
O segundo pilar são os inseticidas químicos e biológicos.
“O terceiro pilar que colocarmos, e esse é um pouco mais complexo, é a necessidade de termos híbridos de milho mais tolerantes. Já o quarto é o homem. O fator humano é importante na eficácia da estratégia. O produto, o sistema somos nós que vamos definir”.
Reavaliação de produtos
A reavaliação de ingredientes ativos, como a atrazina e do tiametoxam, é considerada uma questão “complicada” do ponto de vista agronômico, principalmente pelo fato de o Brasil ser um país de clima tropical e ter uma forte presença de insetos sugadores nas lavouras.
Gerente de marketing regional líder da cultura de milho da Ihara, Valdumiro Garcia, destacou que a indústria vem a cada dia buscando desenvolver produtos que venham garantir conforto ao produtor.
“Nós estamos preparados hoje para garantir o conforto do produtor de milho no que diz respeito ao controle dessas pragas. Como a gente tem bem entendido, o agro não para. Então, o produtor pode seguir a safra dele mesmo diante dessa turbulência.
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