Nos últimos anos a produção de grãos em Mato Grosso vem apresentando crescimentos significativos e a cada dia chamando a atenção pela obtenção de tais resultados ao mesmo tempo em que preserva 62% do seu território. Fato que, segundo o setor produtivo, faz do estado um grande professor quando o assunto é produzir mais em menos área.
Há cerca de 700 quilômetros de Cuiabá, na região norte, Tabaporã é um dos exemplos do estado em produção e preservação ambiental. Inserido no bioma Amazonia, o município dedica aproximadamente 270 mil hectares destinados para a agricultura.
No município está localizada a Fazenda Borchardt, de propriedade da família do produtor Carlos Borchardt. Como exigido pela legislação do Código Florestal e do ambiental do estado, apenas 20% da área é dedicada para a produção agrícola e pecuária. Os demais 80% estão preservados.
Na avaliação do produtor, que recebeu em sua propriedade o Diálogos no Campo, programa que integra o projeto Mais Milho, do Canal Rural Mato Grosso, “o agronegócio hoje vem enfrentando uma crise muito difícil e 99% disso aí, vamos dizer, que é política”.
“O produtor hoje só sabe trabalhar. Não tem outra coisa a não ser isso”, salienta Carlos Borchardt.
Preservação é assunto que interessa à Mato Grosso
De acordo com o presidente do Sistema Famato, Vilmondes Tomain, a preservação ambiental é um assunto que “muito interessa para nós mato-grossenses”.
“Quem faz a preservação hoje é o produtor rural. A família Borchardt é um exemplo, produzindo com eficiência no que é de direito de fazer à exploração. E essa particularidade de Mato Grosso nos ensinou também a ter compromisso com o meio ambiente. Mato Grosso dá aula em questão ambiental”.
O presidente do Sistema Famato lembra que o estado preserva 62% de seu território.
“Eu não vejo problema ambiental em Mato Grosso. Eu vejo que a guerra maior aqui é econômica. É uma situação que incomoda, talvez, os europeus, os países do mundo afora, o desempenho do agronegócio de Mato Grosso”, pontua Vilmondes Tomain.
Mão de obra é essencial para alcançar resultados
A capacitação da mão de obra é considerada um dos fatores essenciais para que o produtor rural consiga extrair o máximo potencial daquilo que lhe é permitido explorar na hora de produzir. Contudo, ainda há dificuldade em conseguir pessoas qualificadas.
“Hoje, nós temos essa dificuldade. A mão de obra é essencial para essa evolução que está tendo, principalmente por causa da tecnologia. Só que nós temos um déficit muito grande de mão de obra e o Senar tem buscado uma forma de minimizar esse impacto”, comenta o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT), José Luiz Fidelis.
Segundo o superintendente do Senar-MT, a falta de mão de obra qualificada não se restringe apenas ao setor produtivo. Ela é observada também na indústria, no comércio e em outros setores.
José Fidelis frisa que recentemente a entidade educacional passou por uma reformulação em seu portfólio. Dos cerca de 500 cursos que possuíam, hoje são em torno de 175. Com a mudança, alguns foram unidos e tiveram suas cargas horárias ampliadas.
O produtor Carlos Borchardt conta com 20 colaboradores na propriedade. O mais antigo está há cerca de oito anos no local.
“Hoje quando você tem uma mão de obra qualificada e um funcionário bom, automaticamente ele é visado perante os próprios vizinho. Quando tem é preciso fazer de tudo para que ele fique”.
Integração entre lavoura e pecuária é importante para a receita
Além de estratégica, a integração entre a lavoura e pecuária em muitas regiões do estado é vista como um ponto importante para a receita da propriedade.
“A viabilidade econômica passa pela tecnificação e os produtores estão acompanhando esse boom da integração lavoura-pecuária, fazendo com que se tenha uma otimização maior da área e, consequentemente, uma melhor produtividade e em recursos também, diz o diretor administrativo financeiro da Famato, Robson Marques.
Conforme o produtor Carlos Bocrchardt, em uma região ao qual só se pode abrir 20% da área é preciso tirar proveito da mesma. Questionado sobre o impacto que se teria em retirar o milho do planejamento da fazenda, por exemplo, ele afirma que a conta não fecharia.
“Hoje já temos esse problema para ser enfrentado. Temos uma área de sete mil hectares, sendo que você usa dois mil hectares dela. Então, você tem que tirar proveito dela, da safra de milho e até da terceira safra, que é a pecuária. O milho é essencial”, frisa ele que colheu cerca de 130 sacas do cereal por hectare e neste ano espera 150 sacas.
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