Iowa, maior estado produtor de milho do meio-oeste dos Estados Unidos, estima uma produtividade superior à média dos últimos três anos para o cereal. O que preocupa agricultores norte-americanos e brasileiros em relação a uma possível desvalorização do grão no mercado.
O milho se destaca na maior parte das áreas agricultáveis de Iowa. Por lá, as perspectivas apontam um rendimento de aproximadamente 220 sacas por hectare, dez sacas a mais em relação à temporada parada.
Nesta segunda-feira (26), produtores de Mato Grosso que acompanham a terceira temporada do “América Clima e Mercado”, missão realizada pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), estiveram na Associação de Soja de Iowa.
A missão, que já passou pelos estados de Chicago, Indiana, Ohio, Illinois, Missouri, Kansas, Nebraska e Dakota do Sul, é acompanhada pelo repórter do Canal Rural, Pedro Silvestre, a convite da entidade.
Diretor sênior de desenvolvimento de mercado da Associação de Soja de Iowa, Brandt Kimberly, comenta à reportagem do Canal Rural que mensalmente o USDA divulga as suas estimativas e os recentes números divulgados pelo relatório apontam “que teremos a terceira maior safra de milho da história”.
“Temos um rendimento muito grande chegando e uma produção muito boa, mas ainda temos muita estação de crescimento para terminar o resto da temporada”, diz Brandt Kimberly.
A estimativa de alta produtividade do USDA para Iowa acende um sinal de alerta nos produtores norte-americanos: a rentabilidade da porteira para dentro diante da desvalorização do cereal no mercado.
Brandt Kimberly pontua que tal questão é um desafio para o setor produtivo.
“Quando o Brasil, a Argentina e os Estados Unidos têm boas safras, todas no mesmo ano, torna-se uma situação de oferta e procura, infelizmente a preços mais baixos ao longo do tempo. Podemos ver estes preços mais baixos agora por algum tempo, talvez alguns anos, a menos que vejamos algum tipo de problema climático”.
Cenário de preocupação dividido
O cenário de preocupação quanto à rentabilidade dos produtores de Iowa foi dividido com o grupo que integra a missão da Aprosoja Mato Grosso, durante reunião na Associação de Soja de Iowa.
O presidente da Aprosoja Mato Grosso, Lucas Costa Beber, frisa que os números apresentados da safra norte-americana no encontro mostram que a temporada atual de soja e milho será melhor quando comparada com o ano passado, que foi um ano de quebra.
Ele lembra ainda que mesmo com a quebra da safra dos Estados Unidos e da Argentina no ano passado, “nós estamos com os preços mais baixos” e que, assim como no Brasil, “o produtor norte-americano reclama da alta dos custos”, principalmente por causa dos fertilizantes e sementes.
“Essa sim é uma cultura mais cara para o produtor americano, porque ele demanda demais pulverizações. Diferente da soja que eles conseguem tirar sem nenhuma aplicação. Muita gente cobra da nossa entidade também para o produtor diminuir a área. A gente não pode pedir, mas é o momento de o produtor fazer a conta e repensar. E se necessário sim, onde ele ver que a lucratividade não vai virar, esse lugar deixa de lado e no ano seguinte explora”.
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