Localizada em Maracaju, região sul de Mato Grosso do Sul, a Fazenda Santa Sofia é referência quando o assunto é integração lavoura-pecuária. A propriedade está em sua quarta geração e já conta com futura em aprendizado. O produtor Fábio Caminha pontua que tal prática produtiva é “uma das maravilhas do agronegócio” e que a agricultura não é aquele “bicho de sete cabeças” como era pintada pelos antigos, uma vez que a região até os anos 1960 era praticamente pecuária.
“A gente vem buscando fazer o que é melhor. Nós sabemos que hoje em dia como é a produção e que precisamos estar trabalhando na ponta, na vanguarda”, pontua Fábio Caminha, ao Especial Mais Milho desta semana.
Maracaju se destaca há muito tempo pela integração lavoura-pecuária, sendo reconhecida como a “Capital Nacional da Integração Lavoura-Pecuária”.
“A região nossa hoje é referência nacionalmente falando, tanto em números de produção, que hoje é o principal município de grãos de Mato Grosso do Sul, e também qualidade. É uma região de alto uso da tecnologia. Os produtores estão sempre na vanguarda, buscando inovar, incrementar a produtividade”.
O produtor conta que a pecuária foi por muito tempo o foco da propriedade, contudo, assim como a região, o local também passou por transformações.
“A gente tinha a agricultura, mas ainda era nas mãos de arrendatários. Então, eu busquei a agronomia e acabei trabalhando com pastagem, sempre com ciência animal e pastagem. Aí eu fui ver que [a agricultura] não era o bicho de sete cabeças que pintaram. Mas, fizemos muito cautelosamente. Começamos pegando as áreas de agricultura que estavam com os arrendatários e num processo de seis anos nós retomamos toda a fazenda”, conta Fábio Caminha ao Canal Rural Mato Grosso.
Inovações tecnológicas um caminho sem volta
De acordo com o produtor, a implantação de inovações tecnológicas nas propriedades é um “movimento sem volta”.
“As tecnologias hoje, teria que se pensar, tem até coisas demais. Então, você tem que fazer um bom uso. Buscar sempre equilibrar a questão de custo benefício, o que realmente vale a pena”.
Na Fazenda Santa Sofia a agricultura de precisão está em meio às tecnologias empregadas, assim como a parte de gestão do local.
“A parte de gestão nossa nos últimos cinco anos evoluiu muito para sistemas de controles, integrando plataformas de controle de campo, plataforma de gestão financeira. Eu acho que é um caminho sem volta. A gente precisa ter esses números para tomar as decisões mais acertadamente. E cada dia tem uma novidade e aí você tem que se respaldar, na minha visão, na pesquisa”.
Safra de milho desafiadora
Apesar de toda a tecnologia empregada, a safra 2024 para os produtores das regiões Centro-Oeste e Sul do Brasil foi considerada “desafiadora”. Em Maracaju, conforme Fábio Caminha, não foi diferente.
“Na soja nós já tivemos algumas dificuldades climáticas, principalmente. E o milho não foi diferente. A gente até achou que o milho daria uma aliviada. Conseguimos encaixar um bom plantio. O milho nosso ficou praticamente 90% dentro de fevereiro. Só que infelizmente tivemos poucas chuvas”.
O produtor comenta que o comprometimento da produtividade no milho tenha ficado entre 25% e 30% nesta temporada, vindo a colher cerca de 90 sacas por hectare.
“É normal em nossa região. Tem alguns anos em que a coisa não anda tão redondinha. Eu costumo dizer que nós temos que levar esses aprendizados. A gente surfou uma onda de preços favoráveis. 2020 a 2022 nós tivemos preços bem interessantes e conseguimos fazer uma certa gordura. São ciclos. A gente tem que se adequar”.
Para Fábio Caminha, a integração lavoura-pecuária nestes momentos é algo interessante, pois “a integração possibilita alternativas. Acho que essa é a grande palavra. É você ter alternativas para trabalhar dentro da propriedade”.
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