Foram dois meses de “namoro”. Dois meses de conversas que viraram um “negócio de gringo”. É assim que começa a história da Fazenda Cruzeiro do Sul, localizada em União do Sul, região médio-norte de Mato Grosso, e que hoje é referência em produção de milho com baixo e médio investimentos e produtividades que variam entre 110 e 120 sacas por hectare.
O proprietário Paulo Emílio Paludo era produtor na divisa de Lucas do Rio Verde e Sorriso, contudo um conhecido lhe propôs trocar as fazendas. Daí os dois meses de “namoro”, conversas e insistentes ligações diárias (até três vezes ao dia, como conta o agricultor).
O “negócio de gringo” resultou para Paulo Emílio uma área de 4,2 mil hectares, dos quais 1.050 hectares destinados para a lavoura e 2,8 mil de reserva legal preservada, que, por sinal, proporcionou ao local a realização de um sonho: a construção de um armazém.
“Um negócio de gringo. Porque não existiu dinheiro no negócio. Foi uma troca. Demos lá por aqui. Lá eu tinha 1,8 mil hectares. Aqui tem 4,2 mil hectares”, conta ele, que chegou a Mato Grosso em 1978, vindo de Chapecó (SC) com a família e um cunhado.
Conforme Paulo Emílio, a propriedade em União do Sul quando chegaram era terra aberta e não tinha a sede.
“Tudo aqui foi feito por nós. Era estrada de terra. Muito ruim. E mesmo assim [aceitou a troca], na coragem. A gente via o futuro, que podia ser bom”.
Milho com foco na rentabilidade e no manejo
A Fazenda Cruzeiro do Sul, de acordo com Diogo Guimarães Molina, produtor e engenheiro agrônomo, “pensa muito em rentabilidade” e “foca mais no manejo” do que em produtividade.
“O milho nosso é investimento médio a baixo. [Buscamos] plantar bem plantado, pulverizar na hora certa e correta para tentar atingir o patamar nosso em torno de 110 a 120 sacas por hectare com custo baixo. A gente pensa nisso, pensa em rentabilidade”.
Diogo explica ao programa Especial Mais Milho, do Canal Rural Mato Grosso, que diversas contas foram realizadas por eles, bem como avaliaram os desempenhos obtidos pelos vizinhos que fizeram alto investimento.
“Esse alto investimento também dá uma rentabilidade, mas a margem praticamente que sobra desse produtor plantando e colhendo 150, 170 sacas é praticamente o que sobra para nós com 110, 120 sacas. O custo nosso é bem mais reduzido em relação a esses campeões. O resultado final é praticamente o mesmo”.
O engenheiro agrônomo salienta à reportagem do Canal Rural Mato Grosso que “isso para nós é uma ferramenta que fazemos há vários anos e o resultado é sempre bom”.
Safra 2023/24: janela e cigarrinha
A safra 2023/24 na Fazenda Cruzeiro do Sul, segundo Diogo, registrou o mesmo problema climático que ocorreu no eixo da BR-163. Por lá, também ocorreu atraso na semeadura da soja, contudo, ao contrário do que se esperava, o milho conseguiu semear todo em fevereiro.
Ele conta ainda que as chuvas de abril foram boas, contribuindo assim para o desenvolvimento da lavoura.
No que tange a incidência de cigarrinha do milho, a presença do inseto foi observada mais nos últimos milhos.
“Ela está trazendo uma dorzinha de cabeça para nós. Além dela, outras pragas vêm junto. Nós estamos com as tecnologias começando a saturar. Então, nós tivemos a incidência de lagartas em milho com resistência e outros insetos, como percevejos. É um desafio durante a cultura toda até chegar no produto final”, pontua Diogo.
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