São Gabriel do Oeste, região norte de Mato Grosso do Sul, vem enfrentando dificuldades em relação à produtividade do milho segunda safra. Dos 55 mil hectares plantados com o cereal, a estimativa é que entre 15 mil e 16 mil hectares se “se salvam”.
A janela do milho encerrou mais cedo no município, de acordo com o vice-presidente do Sindicato Rural, Júlio Bortolini, uma vez que muitos ainda não haviam colhido a soja em decorrência da seca e da chuva.
A previsão dos produtores rurais de são Gabriel do Oeste era semear os costumeiros 80 mil hectares com milho.
“A situação de São Gabriel do Oeste com a safra e a safrinha é caótica. Difícil”, diz Júlio Bortolini ao Canal Rural Mato Grosso.
Em Dourados, conforme o vice-presidente do Sindicato Rural do munícipio, Gino José Ferreira, não é diferente. Por lá, a previsão é uma quebra de 50% na produtividade do grão.
“Esses 50% que vamos colher haja visto pelo investimento que os produtores fizeram em suas propriedades e que a tecnologia segurou. Se não, nem isso daria com certeza. Tem muitos produtores que já passaram a grade na área. É um prejuízo muito grande”.
Safra 2024/25 ameaçada
As preocupações com a quebra de safra diante do clima adverso em Mato Grosso do Sul são grandes, enfatizam os dois representantes dos sindicatos rurais. Além das dívidas, renegociações, uma das principais preocupações é quanto a safra 2024/25.
“O arrendatário é o maior problema. Não tem estrutura de capital de giro, está com uma dificuldade muito grande hoje de ter crédito para pensar na safra 2024/25, haja vista que ninguém comprou nada. Nem adubo, nem semente e defensivo”, diz Júlio Bortolini.
O vice-presidente do Sindicato Rural de São Gabriel do Oeste salienta que “para agravar a situação, quem colheu o milho não vai vender. Ele vai estocar. Vai ver qual a situação se terá o consumo, porque nós temos aqui a criação de suínos. Vai tentar ganhar alguma coisa à mais em cima dos preços”.
Júlio Bortolini frisa ainda, à reportagem do Canal Rural Mato Grosso, que “a cadeia rompeu na primeira engrenagem, que é o campo. Agora ela vai se expandindo para os grandes centros”.
O vice-presidente do Sindicato Rural de Dourados, Gino José, pontua que o momento agora é de conversa entre fornecedores, cooperativas e produtores para renegociar as dívidas para que a próxima safra não seja ainda mais comprometida.
“Tem que ter um bom sendo do governo também as renegociações das dívidas junto as instituições bancárias para que o produtor continue na sua atividade”.
Presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), Jorge Michelc, conta que em torno de 30% da área de milho no estado vem sentindo os efeitos da seca e do estresse hídrico.
“Com certeza vai comprometer muito a produção do nosso estado. Eu até acho que a quebra da safra de milho seja muito maior do que foi a de soja”.
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