A possibilidade do cancelamento do registro comercial da atrazina tem preocupado o setor produtivo de milho no Brasil. A suspensão foi solicitada pelo Ministério Público do Trabalho em ação ajuizada Justiça. O herbicida, que está presente em 5% dos defensivos agrícolas no Brasil, teve sua venda proibida na União Europeia em 2003.
O diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Glauber Silveira, pontua que a entidade e o setor produtivo veem a situação com bastante preocupação, assim como ocorreu com o paraquat.
“Essa questão tem sido recorrente com relação ao MP se baseando na Europa. O que é um equívoco. Na Europa você tem um clima totalmente diferente do nosso. A Europa e os Estados Unidos são de um clima temperado, com um período longo de neve, com frio e isso impede que que plantas daninhas germinem”.
Outro ponto que difere é a forma de cultivo, uma vez que no Brasil é realizado plantio direto.
“É um herbicida muito importante para o milho. Tirar um produto desse sem ter um substituto adequado. Ele é um pós-emergente altamente eficiente. A preocupação é grande do produtor, porque isso vai impactar em você ter lavouras mais sujas, impactar em você ter maior custo”.
No Brasil, a atrazina é usada em diferentes culturas, especialmente cana-de-açúcar, milho e soja para controlar o crescimento de plantas indesejáveis.
O caso
Na ação ajuizada na Justiça solicitando que a Anvisa cancele o registro comercial da atrazina, o MPT argumenta que o herbicida é perigoso para a saúde e segurança dos trabalhadores rurais, das comunidades locais e do meio ambiente.
O Órgão frisa ainda que o mesmo pode causa sérios problemas de saúde, incluindo câncer, distúrbios hormonais e reprodutivos e danos neurológicos.
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