Entre janeiro e agosto deste ano o Brasil exportou 25,22 milhões de toneladas de milho. O cereal teve 103 países como destino, principalmente os asiáticos. Relatório recente do USDA manteve o país na liderança das exportações em 2023.
Em 2022, no mesmo período, o Brasil havia embarcado 17,84 milhões de toneladas de milho. O que mostra um crescimento de aproximadamente 40% nos envios para o mercado internacional. Entre janeiro e agosto do ano passado o cereal teve como destino 74 países, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) e comentarista do Canal Rural, Glauber Silveira, comenta que em termos de produção os Estados Unidos devem continuar se mantendo na liderança, uma vez que seu consumo do cereal é “muito” grande. Somente através do programa de etanol são consumidas cerca de 160 milhões de toneladas de milho.
“No Brasil já estamos consumindo mais milho é claro, mas nós [ainda] temos um consumo menor apesar de estarmos cada vez mais agregando. O Brasil está melhorando com isso na questão do etanol”.
Preço baixo do milho impulsiona exportação
Segundo Glauber Silveira, o Brasil tende a passar a dianteira dos Estados Unidos com o milho, assim como passou na soja, em 2023 e se consolidar como maior exportador do grão. Contudo, tudo dependerá do andamento dos embarques até o final do ano.
Até agosto a China, aponta o levantamento da Secex, adquiriu cerca de 4,6 milhões de milho do Brasil, sendo o principal cliente do cereal. A perspectiva, conforme o diretor-executivo da Abramilho, é que o país asiático adquira mais de oito milhões de toneladas.
Para o Japão foram enviadas 3,4 milhões de toneladas, o Vietnã dois milhões de toneladas e a Coreia do Sul 1,9 milhão de toneladas de milho. Já para a Colômbia, quinto maior importador do Brasil, foram 1,6 milhão de toneladas do grão.
Um dos principais fatores para o crescimento dos embarques brasileiros de milho é o preço em baixa. Nesta terça-feira (12), por exemplo, a saca de 60 quilos de milho em Mato Grosso encerrou o dia em média a R$ 35,96. O valor é abaixo do R$ 63,86 praticados há exatos nove meses, em 12 de janeiro.
“Então, esses preços baixos fazem com que a China também queira estar comprando mais e de repente estar repondo um pouco do estoque deles. Isso faz com que o Brasil tenha esse potencial. Talvez o ano que vem a gente perca essa posição. O americano é muito agressivo na questão do milho e ele também pode falar que não tem área para aumentar, quando na verdade tem sim”.
Além da “agressividade” americana, outro fator que pode levar o Brasil a recuar na liderança das exportações do cereal é a redução de investimentos em tecnologia e área destinada para o grão em decorrência aos preços atuais que não cobrem os custos de produção.
“Devemos o ano que vem ter uma retração da produção de milho. Pode ser que a gente caia novamente dessa posição de maior exportador mundial. Mas no médio a gente vai ser sim o maior exportador, a não ser que os Estados Unidos mudem a sua política de consumo”.
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