Após enfrentar cinco secas seguidas e um 2024 em que o estado precisou ser reconstruído devido ao excesso de chuvas, o Rio Grande do Sul voltou a sofrer com o clima em 2025. Produtores buscam hoje junto ao governo federal a prorrogação dos débitos.
Segundo o senador Luis Carlos Heinze (Progressistas-RS), entrevistado desta semana no programa Direto ao Ponto, uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está agendada para os próximos dias para encontrar uma solução para os produtores do estado.
“Nós precisamos recompor as dívidas. Da forma que está hoje é impagável. O acúmulo, a perda de hoje, se pegarmos quatro anos é quase a metade do PIB do Rio Grande do Sul”.
O Rio Grande do Sul possui uma população de aproximadamente 11 milhões de habitantes e cerca de 550 mil produtores.
“A economia gaúcha gira em torno do agro. Se vai mal o agro, a economia vai mal também”, pontua o senador ao programa do Canal Rural Mato Grosso.
De acordo com Heinze, a reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, surge após “um grito muito grande” do estado feito através da união do governo estadual, entidades de classe, Câmara Federal e Senado.
“Afinal, ele é quem tem a chave do cofre. O ministro Carlos Fávaro, da Agricultura, e o ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, não possuem condições de fazer essa renegociação, que precisa ser feita pela Fazenda. É uma nova securitização que estamos buscando”.
Hoje, em Brasília (DF) tramita o Projeto de Lei nº 320/2025, de autoria do senador Luis Carlos Heinze, que trata sobre a securitização das dívidas de produtores rurais cujos empreendimentos tenham sido impactados por eventos climáticos adversos.
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Heinze salienta que o projeto deverá na próxima semana entrar na pauta da Comissão de Agricultura do Senado.
“Nós estamos trabalhando unidos nesse processo no Senado e também na Câmara. Tem as entidades de classe. Está todo mundo junto. O governo do estado está conosco, a Assembleia. Agora estamos construindo essa proposta e um modelo de securitização que temos que apresentar ao Haddad na semana que vem”.
Ainda conforme o senador gaúcho, o que precisa ser feito hoje é “prorrogar as dívidas que estão vencendo em abril, maio e junho”.
“Dá seis meses de prazo, que nesses seis meses temos que construir o projeto e fazer a negociação. Nesse instante, o foco maior é prorrogar os débitos que estão vencendo nesse momento. O que temos hoje no estado é uma dívida no valor de R$ 30 bilhões nos bancos. E boa parte disso nós temos que recompor com prazo longo”.
Heinze reforça ainda que saídas para não impactar nas contas do estado estão sendo buscadas.
“É uma situação diferente que a equipe do ministro Fávaro já vai nos ouvir. Conversaremos com a equipe do Paulo Teixeira e depois o encontro com o ministro da Fazenda. Aí nós vamos construir um projeto que será bom para o produtor gaúcho e também será bom para o governo e os bancos da mesma forma”.
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