DIRETO AO PONTO

“O nosso desafio é comprovar que somos sustentáveis”, diz CNA

Coordenador de Sustentabilidade da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil fala sobre as expectativas do setor para a COP30, que será realizada em Belém (PA)

Com o Brasil prestes a sediar a COP30, em Belém (PA), o setor produtivo chega ao evento diante do desafio de comprovar, com dados e resultados, a sustentabilidade da agropecuária nacional. A conferência promete colocar o país no centro das discussões sobre clima e uso da terra, temas em que o agro tem papel decisivo.

Apesar das cobranças internacionais e das expectativas que envolvem a participação do Brasil, o coordenador de Sustentabilidade da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Nelson Ananias Filho, afirma que o setor está confiante e preparado para mostrar o que já faz em prol do meio ambiente.

“O setor agropecuário está bem à vontade. Nas últimas COPs e agora, com uma COP dentro do Brasil, vai mostrar o melhor do que tem sido feito nos últimos anos com a agropecuária brasileira”, diz em entrevista ao programa Direto ao Ponto desta semana.

Nelson destaca que a agropecuária tropical desenvolvida no Brasil tem sido referência mundial por unir produtividade, preservação e inovação. Segundo ele, a participação do país na COP é fundamental não apenas para propor, mas para comprovar resultados.

“Não é propor o que a gente vai fazer, é mostrar o que a gente já faz: o Plano ABC, o Código Florestal e tantas outras ações”, explica.

Ele reforça que o desafio do agro brasileiro não está em ser sustentável, mas em provar isso de forma transparente. “O nosso desafio não é ser sustentável. O nosso desafio é comprovar que somos sustentáveis. E neste quesito, na questão de transparência, que é um item do Acordo de Paris, que nós precisamos trabalhar”, destaca.

Nelson Ananias Filho CNA COP30 Foto Canal Rural Mato Grosso
Foto: Canal Rural Mato Grosso

Transparência e reconhecimento

Para o coordenador, a transparência é um dos pilares que o Brasil precisa fortalecer para que o mundo reconheça os avanços do setor. Ele cita o Cadastro Ambiental Rural (CAR) como um exemplo de instrumento eficiente que pode ajudar nessa comprovação.

“Nós temos o maior cadastro do mundo de produtores rurais e de detentores de florestas tropicais, mas ainda temos dificuldade de mostrar que ele é suficiente como instrumento de certificação”, observa.

Nelson reforça que o país deve aproveitar a COP30 para avançar na agenda de transparência e consolidar o reconhecimento das práticas sustentáveis já adotadas no campo. De acordo com ele, demonstrar de forma clara os resultados é essencial para fortalecer a imagem do agro brasileiro nas negociações internacionais.

Brasil unido na COP30

Outro ponto abordado por Nelson é a importância de o Brasil chegar à COP30 com uma postura unificada entre setor produtivo e governo. Ele destaca o papel da presidência do evento, comandada pelo embaixador André Aranha Corrêa do Lago, em articular o diálogo entre diferentes setores.

“Foi um trabalho muito bem feito pelo presidente da COP. Ele conseguiu criar um ambiente em que o setor e o Brasil chegassem com as mesmas ações e objetivos”, comenta.

O coordenador reforça ainda que o agro brasileiro terá presença marcante nos principais espaços da conferência, incluindo a BlueZone, onde ocorrem as negociações oficiais, e a AgriZone, uma novidade da edição de Belém.

“Você quer ter a real dimensão do que é sustentabilidade e o tamanho do agro brasileiro? Vá na AgriZone. Lá vamos falar de pecuária, fruticultura, café, fibras e muito mais. Contra esses fatos, não existem argumentos”, conclui.

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