Apesar de melhores condições para produzir, os agricultores do Estados Unidos possuem gargalos semelhantes aos dos brasileiros, como sucessão familiar e prêmios pagos abaixo do esperado. Tais fatos foram constatados durante recente Missão Internacional da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), que levou diversos agricultores mato-grossenses para conhecerem o mercado agrícola americano.
A missão realizada pela entidade nos Estados Unidos é o assunto desta semana do programa Direto ao Ponto.
Vice-presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber acompanhou de perto a missão. Segundo ele, é possível ver uma crescente transformação de áreas de pastagem em áreas voltadas para a agricultura, assim como no Brasil. Outro ponto semelhante em algumas regiões é o clima e tipo de solo, a exemplo de Illinois que se assemelha muito com Mato Grosso.
“Os produtores tem melhor condições, na verdade eles têm gargalos do mesmo jeito que a gente está com esse problema de prêmio hoje nos preços aqui. E tem a questão da sucessão familiar que é algo muito preocupante, principalmente por se ver muito mais produtores idosos”, comenta Beber.
Uma diferença observada ao qual o Brasil se sobressaí é quanto a expansão de terras, em especial entre a família. “Nós temos áreas maiores. Lá conforme aumentam as família vai ocorrendo uma espécie de reforma agrária familiar. Então, chega a um ponto que satura a família e muitos tem que sair e trabalhar na cidade”.
Tecnologia de ponta lá e cá
O vice-presidente da Aprosoja-MT comenta que foi aos Estados Unidos em 2010 pela primeira a convite de uma multinacional. Ele conta que na época viu que os americanos possuíam muitas tecnologias que ainda não haviam chegado ao Brasil, mas que ao retornar em 2023 ” vejo que a gente está igual ou até melhor do que eles”.
“É claro que eles têm algumas coisas que não se aplicam aqui, mas na maioria das coisas está igual. [O uso de drones é a] mesma coisa que aqui em algumas propriedades. Vimos o pessoal usando para aplicação, mas são os mesmos equipamentos. O que muda deles para nós é a questão da logística. É a pavimentação. Isso eles estão séculos a nossa frente”.
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