DIRETO AO PONTO

Área de soja em Roraima tem potencial para crescer em mais de 10 vezes

Estado possui potencial para alcançar 1,5 milhão de hectares destinados para a produção de soja

A produção de soja em Roraima é pequena em relação à Mato Grosso, principal produtor do grão no Brasil. Contudo, o estado da região norte, que hoje planta apenas 120 mil hectares, possui uma potencialidade de expansão para chegar a 1,5 milhão de hectares.

Em entrevista ao programa Direto ao Ponto, o presidente da Aprosoja Roraima, Murilo Ferrari, conta que entre os gargalos da produção no estado estão o calcário e a logística.

“O calcário vem de Itaituba, no Pará. Sai R$ 100 [tonelada] da mina e chega para nós a R$ 400. Essa pernada está nos judiando. Precisamos achar alguma fonte de calcário no estado”.

Nascido no Paraná, Murilo teve passagem por Mato Grosso, onde a família teve propriedade em Diamantino e se formou em agronomia. Em 2014 foi com o pai conhecer Roraima, após um primo enviar fotos, e decidiram investir no estado, vindo em 2015 a iniciarem as atividades.

“Nós chegamos e deu um sentimento bacana. Todo mundo quer se desenvolver no estado. É um estado pequeno, que depende muito de recursos de fora. Então, o pessoal quer mudar essa matriz econômica. Aqueles sentimentos, aquelas oportunidades nos fizeram ir para lá”, explica.

Entre as vantagens para morar em Roraima, segundo Murilo, está a proximidade entre as propriedades com a capital Boa Vista.

“A capital é muito boa de se viver. Boa Vista hoje tem 400 mil habitantes e praticamente todas as fazendas de produtores de soja estão no entorno. No máximo 100 quilômetros. Então, dá para todo mundo morar na capital, o que proporciona uma qualidade de vida”.

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Foto: Canal Rural Mato Grosso

Roraima é uma estufa a céu aberto

O presidente da Aprosoja Roraima classifica o clima do estado como “perfeito”, com chuvas à noite e sol durante o dia. “É uma estufa a céu aberto, vamos dizer assim”.

Conforme ele, no que tange a produtividade da soja, já se observa produtores com talhões colhendo 100 sacas e propriedades que conseguiram alcançar média de 70 sacas por hectare.

“Eu o ano passado fechei 58 sacas por hectare. A área que estou produzindo é de terceiro ano. Eu tinha área nova e área velha, então derrubou a minha média. Mas, eu tive pedaços que passaram de 70 sacas”.

Sobre o crescimento de áreas destinadas à oleaginosa, Murilo acredita que levará tempo, uma vez que os produtores optam em segurar os investimentos em períodos de baixa remuneração pelo produto.

“Mas, tem todo esse potencial e temos mercado consumidor. Manaus tem quase três milhões de habitantes, que podemos começar a fornecer proteína animal. A Guiana está num boom de petróleo. Temos uma empresa de um grupo de Diamantino que montou uma esmagadora e já está consumindo 30% da nossa produção e vendendo farelo para a Guiana”.

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