CONEXÃO FPA-MT

'O Brasil tem que ser soberano na sua legislação', diz Aprosoja-MT sobre a moratória da soja

A moratória da soja foi debatida durante reunião entre representantes do agro, indústria e poder legislativo na última semana em Cuiabá

“Eles colocam questões, restrições da comunidade europeia, mas o Brasil tem que ser soberano na sua legislação”. A colocação é do vice-presidente Norte da Aprosoja-MT, Ilson Redivo, quanto a moratória da soja em Mato Grosso e outros estados que compõe o bioma amazônico. O assunto foi debatido durante reunião entre representantes do agro, indústria e poder legislativo no dia 10 de maio, em Cuiabá.

A reunião teve como objetivo buscar a revisão do acordo e colocar em prática novas medidas alinhadas com a preservação ambiental e o desenvolvimento econômico. O encontro foi idealizado pela deputada federal de Mato Grosso, Coronel Fernanda (PL-MT), dando sequência às discussões iniciadas em uma audiência pública no final de abril em Brasília (DF).

“O agro brasileiro não pode ser prejudicado por questões alheias à nossa vontade. A Europa tem as regras dela para os produtores dela e não para os produtores de Mato Grosso, os produtores brasileiros. A gente precisa achar um meio termo para que o nosso direito seja respeitado”, pontuou a parlamentar em entrevista ao programa Conexão FPA-MT, desta quarta-feira (15).

O pacto da moratória da soja foi criado em 2006 pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) e restringe a compra da soja produzida em áreas do bioma Amazônia desmatadas após 2008, mesmo que a abertura tenha sido feita de maneira legal.

Na reunião em Cuiabá, conforme a deputada federal, foi aberto um canal de negociações entre as instituições. Segundo a parlamentar, a Abiove ficou de dar respostas no dia 12 de julho para três questionamentos realizados.

Tais pontos se referem a questão dos polígonos, uma vez que hoje o embargo realizado é de 100% da área e não somente do espaço ao qual houve o desmatamento; a recuperação dos nomes dos produtores que se encontram em uma lista; e, a inserção do setor produtivo em um grupo de trabalho, que conta hoje somente com representantes dos exportadores e das ONGs.

Presente na reunião, o presidente da Abiove, André Nassar, frisou ao Canal Rural Mato Grosso que se buscará “um acordo que não prejudique o produtor e atenda o que eu preciso”, uma vez que “ficou claro que o quê os produtores querem e o que a indústria precisa não é, exatamente, a mesma coisa”.

“Um quer só o desmatamento ilegal e a indústria precisa do desmatamento zero. Mas, saiu daqui um compromisso para chegarmos num acordo. Isso representaria uma mudança na moratória da soja. Se todo mundo abrir mão um pouquinho do seu lado a gente chega na solução”, disse o presidente da Abiove.


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