MATO GROSSO EM CHAMAS

Mauro Mendes cobra leis "mais duras" para aqueles que provocam incêndios

Entre 1º de janeiro e 15 de setembro o estado contava com mais 40,5 mil focos de calor de detectados pelo Inpe

bombeiros mato grosso focos de calor queimadas Christiano Antonucci - Secom-MT
Foto: Christiano Antonucci /Secom-MT

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, voltou a cobrar leis mais rigorosas para aqueles que tem causado incêndios criminosos no estado nesta segunda-feira (16). Conforme o gestor, o Congresso Nacional “precisa criar leis mais severas, com penas mais pesadas para quem comete crimes ambientais, a exemplo dos incêndios”.

Dos 184.363 focos de calor contabilizados no Brasil entre 1º de janeiro e 15 de setembro pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 40.546 estão localizados em Mato Grosso e 31.917 no Pará.

A necessidade de leis mais rigorosas para os “malandros e irresponsáveis”, foi reforçada por Mauro Mendes durante entrevista, nesta segunda-feira (16.09), para a Jovem Pan News.

“Tem gente que, por irresponsabilidade, por maldade ou por interesse criminoso, está colocando fogo no nosso estado. Isso não pode mais acontecer. Precisamos endurecer as leis e punir com rigor quem tenta destruir o nosso futuro, o nosso meio ambiente e a nossa produção”, enfatizou o governador.

Para o governador de Mato Grosso apenas uma lei mais severa pode impedir que criminosos continuem ateando fogo.

“Nós temos no país alguns desafios que precisam ser tratados de forma diferente. Devemos ter a coragem de agir dentro da legalidade e punir de forma severa”, disse.

Maioria dos focos em áreas de conservação

De acordo com informações levantadas pelo governo do estado e apresentadas por Mauro Mendes, a maioria dos incêndios registrados ocorreram em áreas de conservação e não em áreas produtivas.

Presente na abertura da reunião ministerial do G20 Agro, em Chapada dos Guimarães, no último dia 12 de setembro, o chefe do Executivo mato-grossense, refutou a tese de que os incêndios estariam sendo provocados pelo agronegócio.

“Nenhum produtor coloca fogo na sua terra. Aquele ativo, aquela massa seca é um patrimônio também. Você acha que um dono de loja coloca fogo no seu estoque e dá risada? Aquela palhada que tem na fazenda é estoque, é matéria-prima. Faz parte do processo produtivo dele. Então como é que eu vou penalizar um cara que foi penalizado muitas vezes por um incêndio ou causado por terceiros de forma irresponsável, criminosa ou não?”.

Defensor do combate ao desmatamento ilegal, Mauro Mendes salientou no G20 Agro que no caso das queimadas na área rural “é complicado, porque às vezes o fogo não é colocado pelo proprietário da terra”.

No final de semana, segundo informações do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso, foi extinguido no sábado (14) um incêndio na Terra Indígena Tadarimana, em Rondonópolis. Os militares estavam no local desde a última sexta-feira (13).

Já neste domingo (15), outros 53 incêndios seguem em combate por mais de mil bombeiros, que atuam em regime de revezamento.

Desde o início do período proibitivo de uso do fogo, o Corpo de Bombeiros extinguiu 131 incêndios florestais em Campo Novo do Parecis, Cuiabá, Pontes e Lacerda, Chapada dos Guimarães, Sorriso, Vila Rica, Porto Alegre do Norte, Poconé, Vila Bela da Santíssima Trindade, Nova Lacerda, Barão de Melgaço, Planalto da Serra, Nova Brasilândia, Rosário Oeste, Canarana, Peixoto de Azevedo, Marcelândia, Canabrava do Norte, Itanhangá, Primavera do Leste, Paranaíta, Nova Mutum, Sinop, São José do Rio Claro, Alto Araguaia, Alto Paraguai, Novo Santo Antônio, Poxoréu, Cláudia, Jaciara, Confresa, Tesouro, Lucas do Rio Verde, União do Sul, Rondonópolis, Barra do Garças, Paranatinga, Ribeirão Cascalheira, Cocalinho, Nova Nazaré, Comodoro, Nova Maringá e Santa Rita do Trivelato.


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