BALANÇO POSITIVO

Apesar de abaixo do esperado, entidades de MT avaliam novo Plano Safra como um avanço

Setor produtivo esperava destinação de aproximadamente R$ 12 bilhões ao Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA)

O setor produtivo de Mato Grosso vê como positivo o anuncio do novo Plano Safra, apesar de ser abaixo do esperado. Maior da história e com um aumento de 26,8% ante o anterior, o governo federal divulgou nesta terça-feira (27) a destinação de R$ 364,22 bilhões para apoiar a produção agropecuária de médios e grandes produtores rurais até junho de 2024.

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Foto: Ministério da Agricultura

Na avaliação do presidente do Sistema Famato, Vilmondes Tomain, o valor disponibilizado atende aos anseios do setor produtivo.

Segundo Tomain, o recurso com o aumento de 26,8% veio em boa hora e o auxílio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) foi de suma importância, mostrando que está havendo um entendimento entre o setor político e produtivo.

“Eu fico feliz. Porque está tendo uma retomada hoje da agricultura no sentido de ter crédito disponibilizado. Talvez não seja o suficiente no total, mas veio para poder acalmar as pessoas que tem demanda e precisa de investimentos, de recursos para poder fazer o custeio. Agora é só aguardar a regulamentação à nível das instituições financeiras”.

De acordo com o consultor técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Amado de Oliveira Filho, a pecuária mato-grossense espera a divulgação do detalhamento do Plano Safra 2023/2024 para que se possa ter um melhor conhecimento do mesmo.

“Mas, nós vemos com satisfação o aumento do valor. Vimos no Pronamp, que é onde a maioria dos pecuaristas do estado financiam seus projetos de investimentos, uma taxa de 8%. Se a taxa Selic continuar nos patamares que está, é uma taxa interessante, mas se declinar, 8% já seria um juro elevado”, diz Oliveira Filho.

Temor dos produtores em Mato Grosso é ver novamente a produção à céu aberto. Foto: Canal Rural Mato Grosso

Recurso para armazenagem

Uma das maiores demandas do setor produtivo em Mato Grosso era justamente quanto ao Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA). Rico na produção de grãos, já na safra 2022/23 o estado vê à sua porta um estrangulamento na armazenagem diante de uma produção de deve passar os 90 milhões de toneladas entre soja e milho.

Como já destacado pelo Canal Rural Mato Grosso, o estado possui um déficit de capacidade de armazenagem de quase 60 milhões de toneladas de grãos.

Para o PCA a estimativa dos produtores era de R$ 12 bilhões.

Conforme o anúncio oficial do governo, ao PCA serão destinados R$ 3,80 bilhões, com limite de R$ 25 a R$ 50 milhões por tomador, com juros de 8,5% ao ano. Já para a linha do PCA para construção de armazéns com até 6 mil toneladas será de R$ 2,85 bilhões, com limite de R$ 25 milhões por tomador, e juros de 7% ao ano. As taxas permanecem as mesmas do plano anterior.

Diretor administrativo da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Nathan Belusso, pontua que o recurso destinado para o Plano Safra, em especial ao PCA, é abaixo do esperado.

“Nós esperávamos algo em torno de R$ 400 bilhões e veio um pouco superior a R$ 360 bilhões. E, uma certa decepção para nós foram os níveis de financiamento do PCA. Os armazéns, sabem muito bem os produtores mato-grossenses e brasileiros, faltam muito em nosso campo, ainda mais neste ano, um ano de produção boa e vendas baixas, a gente vai ver um excedente de produtos e o déficit de armazenagem cada vez mais aumentando. O PCA veio a metade do que a gente esperava, mas agora é aguardar como que irá vir as aplicações desses recursos para que o produtor posa aproveitar da melhor maneira”.

 

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