A MT-170 é considerada uma dor de cabeça para motoristas, produtores rurais e sociedade até mesmo em pontos em que o asfalto existe. Em Brasnorte, mesmo com três empresas trabalhando na manutenção da estrada no trecho pavimentado da rodovia que corta todo o município, as reclamações são constantes.
São aproximadamente 190 quilômetros que constantemente causam transtornos, acidentes e prejuízos para o setor produtivo. Caminhoneiros e demais motoristas que precisam passar pela estrada cobram dos responsáveis mais empenho e qualidade nos serviços de melhoria da pista.
A situação da MT-170 em Brasnorte é o tema desta semana do episódio 80 do Patrulheiro Agro.
Marcos Deiss é produz 1,5 mil hectares de soja em integração com a pecuária. Segundo ele, a MT-170 sempre foi um problema. Ele conta que seu pai, hoje falecido, em 2005 dizia que o “asfalto é tudo de bom. Fácil de fazer. O problema vai ser manter”.
“É o que está acontecendo. Nós estamos aqui há dez anos com o problema da buraqueira. Todo ano é problema de buraco. Entra governo, sai governo sempre esse mesmo problema”, diz.
O agropecuarista de Brasnorte frisa que o que mais se quer na região é “o direito de ir e vir com tranquilidade”, uma vez que hoje para fazer os 25 quilômetros da fazenda até a cidade tem gastado cerca de 40 minutos por causa da estrada, enquanto poderia estar fazendo em 20 minutos.
Conforme o presidente do Sindicato Rural de Brasnorte, Cleber José Santos Silva, atualmente três empresas atuam em um trecho de 190 quilômetros.
“A estrada que já era uma coisa necessária, hoje se torna muita mais necessária. O volume de carga é muito grande em cima dessa estrada. Isso onera um custo. Um risco muito grande, morte. A gente se preocupa com isso, afinal de contas o governo está colocando um dinheiro e a gente não está tendo uma segurança, se esse serviço está sendo bem feito. Essa é a nossa preocupação”.
Qualidade da estrada em decadência
Aldo Rezende Telles Júnior é proprietário de uma área de 17,5 mil hectares na região. A maior parte da propriedade situada em Brasnorte. De acordo com ele, a rodovia encontra-se com parte intransitável e outra que recentemente foi arrumada já está com problemas.
“Um grande desafio. O movimento é crescente e a qualidade da estrada só em decadência”, diz Telles Júnior.
Em alguns trechos da MT-170 em Brasnorte a manutenção é improvisada, sem a compactação necessária. Situação que piora com as chuvas frequentes na região, transformando a estrada em um campo minado, palco de acidentes e custos, além de despesas extras com manutenção de veículos.
“Estoura pneus, mola, eixo, molejo, balança. Vai Tudo. A base dela é 80 por hora, mas você não consegue. É sempre 40,50. O motorista se não tiver cuidado, se passar disso estoura tudo. Acaba com tudo. Conserta uns pedaços, estraga o outro. Aí aquele que estraga vão consertar e quando volta está tudo esburacada de novo. Não sei se é o material que eles usam é ruim demais. Mas, é poucos dias e as buraqueiras voltam tudo de novo. Sai com o caminhão bom da oficina, é umas duas viagens e tem que voltar para a oficina de novo”, comenta o motorista Ginaldo Santos Chavez.
Conforme o soldador mecânico, Marcos Paulo Eberle, não há mais espaço na oficina diante tamanha demanda. “E, não tem nem espaço. É um lá fora esperando, outro aqui. E, geralmente, esses caminhões mais novos estão vindo mais fracos. Não aguentam. Está quebrando tudo. Muito buraco e não aguentam. Não roda”.
O motorista Ginaldo Santos Chavez salienta que “a promessa é de sempre que quando parar as chuvas vão fazer um serviço bom. E, assim a turma está esperando. Entra ano e sai ano e não acaba nunca”.
Na próxima semana o Patrulheiro Agro voltará a abordar os transtornos e os impactos financeiros de quem produz causados pela situação da MT-170 em Brasnorte para escoar a produção.
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