PROSA COM O DEVA

Queijo para dar certo precisa ser feito com carinho, diz produtor

Para o produtor Silas Vicente Barbosa Júnior não existe queijo bom se feito com rapidez

A produção de queijo precisa de muito carinho, amor e, principalmente, paciência. Todo um cuidado para virar um produto diferenciado e com sabor especial, e que venha agregar valor em um momento delicado para a cadeia produtiva do leite.

Na avaliação do médico e produtor de leite, Silas Vicente Barbosa Júnior, o produto ‘é como se fosse um bebê’, que demanda tempo e cuidado até que atinja a maturação desejada. O trabalho desenvolvido em Nossa Senhora do Livramento por ele é o assunto do episódio 20 do Prosa com o Deva.

Natural de Maringá (PR) e de família ligada à produção de leite, Silas chegou em Mato Grosso aos 18 anos para cursar a faculdade de medicina. Após terminar suas especializações, retornou para Cuiabá e algum tempo depois adquiriu uma propriedade que servia de refugio para descansar nos finais de semana.

Segundo ele, a produção de queijo na propriedade veio durante a pandemia do Covid-19. Com crianças pequenas em casa, viu naquele refugio uma oportunidade de proporcionar para os pequenos um ambiente de tranquilidade e liberdade, longe do medo que se vivia naquele momento.

“A gente já tirava leite e vendia para alguns produtores de doce de leite e queijo também e eles vendiam seus produtos nas feiras. Mas, durante a pandemia elas foram fechadas. Eles sem lugar para vender, pararam de produzir e comprar o meu leite e comecei a ter que jogar fora ele. Isso me incomodava muito e comecei a fazer o queijo frescal e vender”.

Silas conta que mesmo comercializando os queijos através de grupos em redes sociais, em seu prédio e para amigos, ainda assim sobrava produto e este começava a estragar.

“E foi quando eu tive a ideia de produzir um queijo com maturação longa. Não sabia quando ia terminar a pandemia e o queijo quanto mais maturado melhor ele vai ficando. E aí comecei a buscar informações sobre isso”.

Agregação de valor para momento delicado

Presidente de uma associação de pequenos produtores de leite e idealizador de um laticínio escola, Silas salienta que o cooperativismo foi uma forma encontrada pelos produtores do município para melhorar a produção e agregar valor ao que produziam, que com o passar dos anos tem visto a política leiteira nacional decair, bem como o valor do preço litro pago ao criador, enquanto o custo com a alimentação dos animais sobe.

“A realidade da política leiteira hoje é muito complicada. É muito desanimadora para quem vive somente do leite. Eu obtive um sucesso, digamos que surpreendente, com os queijos que começamos a produzir e com isso tivemos muita procura dos próprios produtores interessados em aprender a fazer”.

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