PECUÁRIA

Tecnologia e nutrição animal mantêm MT na liderança em produção de carne bovina

Apesar do recuo nas exportações em relação a 2022, Mato Grosso registrou ampliação no número de plantas frigoríficas habilitadas

Mato Grosso é o maior produtor de carne bovina no país. No primeiro semestre de 2023, o estado atingiu o volume recorde de 715 mil toneladas produzidas. Segundo especialistas, a aplicação de tecnologia e melhoria na nutrição animal são os principais fatores para tal resultado.

O estado é detentor do maior rebanho bovino brasileiro com mais de 34,4 mil cabeças.

Coordenador de Inteligência de Mercado do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Rodrigo Silva, explica que são vários os fatores que tornam o estado líder em produção da proteína vermelha.

Ele destaca que o fato de Mato Grosso ter uma produção agrícola muito forte é um ponto positivo, pois soja e milho fazem parte da nutrição animal e com isso há uma redução no custo de produção quando comparado com outros estados.

“Temos também a capacidade do nosso produtor se tecnificar. Estamos vendo nos últimos anos os animais sendo abatidos com maior rendimento, maior peso. Então, há tecnologia. A gente vê o uso de DDG. Na parte de nutrição há uma grande melhoria”.

Abates em Mato Grosso crescem

No acumulado de janeiro a novembro foram abatidas no estado 5,48 milhões de cabeças, enquanto em igual período em 2022 foram registrados 4,55 milhões de abates, conforme dados trazidos pelo Imea em seu boletim semanal na última segunda-feira (18).

Ainda conforme o levantamento, o volume de fêmeas abatidas entre janeiro e novembro cresceu 40,83% no comparativo anual, sendo assim, o principal fator para tal resultado verificado na pecuária mato-grossense em 2023.

Rodrigo Silva destaca que o aumento no volume de bovinos enviados para o gancho ocorre no país como um todo e decorre pela atual fase do ciclo pecuário, ao qual se tem uma maior oferta de animais.

“Quando olhamos a fase positiva do ciclo alguns anos atrás, vemos uma retenção de fêmeas recorde na história de Mato Grosso. Essa retenção gerou muita oferta e essa oferta estamos vendo agora”.

Exportações caem, mas há novas habilitações

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), encontradas no site do Imea, as exportações de carne bovina de Mato Grosso no acumulado de janeiro a novembro somaram 541,56 mil toneladas equivalente carcaça (TEC). O volume é um pouco abaixo das 556,6 mil TEC registrada no período em 2022.

Em novembro foram negociadas 49,54 mil TEC, uma redução de 12,90% na variação mensal. Ao se analisar os embarques registrados em novembro de 2022 a soma havia sido de 50,83 mil TEC.

A China, que foi responsável por 51,81% do volume de carne exportado em novembro pelo estado, reduziu em 24,33% as importações no penúltimo mês de 2023. Um dos fatores que explica o menor volume de compras pelos chineses é que eles podem já ter abastecido os estoques para o feriado do Ano Novo Chinês, no qual é visto um maior consumo de carne.

Entretanto, apesar de tal resultado, as perspectivas no que tange as exportações são positivas e o ano caminha para fechar como o segundo melhor ano para o volume exportado, mesmo com a redução no preço médio da tonelada.

“Tem o lado negativo dos preços, mas olhando para o positivo Mato Grosso conseguiu em 2023 a habilitação de muitas plantas. O Egito, por exemplo, foi o segundo país para o qual mais exportamos. Então vemos aumento para ele, para a Indonésia, para a Rússia. Diminui a nossa dependência da China”, salienta o especialista do Imea.


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