Março registrou queda de 5,52% no número de fêmeas enviadas para o abate em Mato Grosso. O recuo surge após 33 meses de consultivas altas no comparativo anual, o que sinaliza transição no ciclo pecuário no estado.
No mês de março, apesar do maior número de dias úteis, produtores em Mato Grosso enviaram ao gancho 542,52 mil cabeças de gado. O volume representa uma queda de 2,25% em comparação a fevereiro, conforme dados do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea-MT).
Desse volume, segundo os dados do Indea-MT, compilados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), aproximadamente 300,1 mil cabeças eram fêmeas.
O montante, inclusive, é inferior às 311,8 mil fêmeas enviadas para o abate em fevereiro e às 329,8 mil observadas em janeiro deste ano.
“Essa reversão está ligada à decisão dos pecuaristas de reter fêmeas nas fazendas para o período de monta, reduzindo o número de animais enviados para o gancho”, explica o Imea.
O Instituto destaca ainda que “essa menor oferta de fêmeas tende a ocasionar uma pressão altista sobre os preços da arroba, tanto da vaca quanto do boi, cuja participação relativa nos abates está propensa a crescer”.
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Arroba do boi gordo registra alta
Ainda conforme o Imea, no mês de março o preço da arroba do boi gordo subiu, no comparativo anual, 44,87%, aumento de R$ 93,21 a arroba. Já a arroba da vaca teve valorização de 47,51%, com acréscimo de R$ 88,87 a arroba.
“Esse cenário pode indicar uma transição no ciclo pecuário, com o menor descarte de fêmeas e maior foco na produção de bezerros. Esse movimento inclina-se a manter a oferta de animais terminados mais restrita, sustentando a pressão altista sobre os preços da arroba nos próximos meses”.
Menor envio animais para outros estados
Além da redução no envio de fêmeas para o gancho, os números trazidos pelo Imea em seu boletim semanal da bovinocultura, nesta segunda-feira (7), mostram ainda que Mato Grosso registrou em março uma redução nos envios de bovinos para serem abatidos em outros estados.
Em março foram enviados 4,55 mil animais para serem abatidos entre os estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rondônia.
“No ano passado, a média de gado destinado ao abate em outros estados foi de 14,25 mil cabeças, distribuídas entre os estados de SP, MS, RO, GO e PR. Esse movimento é resultado do fortalecimento dos preços em Mato Grosso em relação ao ano passado, uma vez que, a arroba mato-grossense já estava operando no maior patamar da história, o que desmotivou o envio de animais para fora e estimulou os abates no estado”, salienta.
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