Há cerca de dois anos a produção de suínos em Mato Grosso enfrenta uma das piores crises na atividade, acumulando prejuízos. Com a intenção de buscar medidas que ajudem a minimizar as perdas, a Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), se reuniu com deputados estaduais na quarta-feira (10). A reunião debateu medidas para diminuir as crises do setor que, atualmente, emprega mais de 20 mil famílias no estado.
O presidente da Acrismat, Frederico Tannure Filho, destacou aos parlamentares que sem conseguir equilibrar os custos de produção com o preço pago ao produtor pelo quilo do suíno vivo, boa parte dos suinocultores independentes abandonaram a atividade, e os que permanecem reduziram seus plantéis e o número de matrizes.
O abate de suínos em Mato Grosso teve uma redução de 40 mil animais por mês. Além da redução de matrizes que caiu de 140 mil para 125 mil.
“Nos reunimos hoje com os parlamentares para mostrar a nossa real situação, e pedir para que nos apoie em nossos pleitos, que são essenciais para que a cadeia não seja extinta e os empregos acabem”, explicou.
Registros do Imea
Os registros do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), mostram um aumento de 0,65% nos abates quando comparado a 2021. Entretanto, o número positivo é devido ao descarte de matrizes.
Em reflexo a isso, observa-se uma retração do número de abates de suínos na parcial de 2023, que recuou 6,91% no comparativo com o mesmo período de 2022.
Entre os pedidos da Acrismat aos parlamentares está alteração nos valores do crédito presumido do ICMS no Programa de Desenvolvimento Rural de Mato Grosso (Proder). Ele passaria de 50% para pelo menos 90%.
O deputado Dilmar Dal Bosco (União Brasil), que comandou os trabalhos no colégio de líderes, reforçou seu apoio às demandas apresentadas pela associação.
“Sempre tenho defendido o setor produtivo, a suinocultura em especial nos últimos anos carece de uma atenção especial por conta da enorme crise que atingiu o setor”, afirmou ao completar que solicitará crédito presumido de 100% no ICMS para envio de animais a serem abatidos em outros Estados.
Outras demandas
Outra demanda é a questão do milho, pedindo a liberação de maiores quantidades do milho balcão exclusivo para suinocultores.
“Atualmente o suinocultor está limitado a comprar 27 mil quilos por mês, que é um valor muito pequeno para a nossa demanda”, pontuou Tannure.
Os suinocultores ainda pedem a postergação do programa de incentivo aos frigoríficos, que termina no dia 30 de junho, e que reduziu a alíquota do ICMS de 2,5% para 0,5%.
Editado por Ana Moura, de Cuiabá (MT)
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