As chuvas não estão dando trégua no extremo norte de Mato Grosso, causando perdas de até 50% na soja. A falta de períodos de luminosidade na plantação, considerados essenciais para o desenvolvimento do grão, eleva ainda mais a preocupação quanto ao risco de mais perdas na produtividade final da safra.
Conforme o agricultor Diego Bertuol, ao Patrulheiro Agro desta semana, a propriedade dele registrou uma carga com mais de 38% de umidade.
“Às vezes abre um solzinho mas fica 10, 15 minutos e já vem uma pancada de 30, 35 milímetros de chuvas em cima, então o grão encharca. Começa a secar e encharcar de novo e se não parar a chuva como nós estamos vendo o tempo, pode chegar até 20% de perda aqui na propriedade”, comenta.
Dos mil hectares de soja cultivados nesta temporada na propriedade em Marcelândia, aproximadamente, 200 estão prontos para colheita.
Nas lavouras de soja cultivadas mais tarde a preocupação na fazenda é com a redução dos períodos de luminosidades na plantação, considerados essenciais para o desenvolvimento do grão. Carência que segundo o agricultor, pode aumentar o risco de mais perdas na produtividade final da safra.
“Nós preocupamos também com o peso do grão, vamos dizer que sai o sol daqui pra frente mas já está comprometido, e nós também não conseguimos entrar com a pulverização. Estamos com os fungicidas atrasados, inseticidas atrasados… Temos uma alta infestação de mosca branca agora então tudo vai impactando de modo negativo esse extremo norte aqui do Mato Grosso”, explica Bertuol.
Nesta safra o agricultor Thiago Piva, cultivou 4,3 mil hectares de soja. “Estamos com muita chuva acumulada, e esse mês de janeiro praticamente hoje é o primeiro dia de sol. aparenta aqui perda de 20, 25% para grão avariado. Tem muita água, mês de janeiro deve beirar 350 milímetros acumulados”.
Ele conta que o custo aumentou e que precisa colher para levar ao armazém. Além disso, 50 sacos por hectare da soja já estão negociados.
“É uma operação de guerra praticamente. A turma do armazém está rodando 24 horas para conseguir secar essa soja e a gente não perder na lavoura. A gente depende muito do clima, então conforme o clima vai mandando a gente vai trabalhando e executando as tarefas”, pontua.
Em Peixoto de Azevedo, Nelson Lourena Néia Júnior já começou a colher um talhão de 70 hectares e 320 hectares já estão dissecados. O produtor cultivou 2,7 mil hectares de soja e mais 800 de arroz na região do Xingu
“Eu estou com 25% a 30% de avariado, temos que aproveitar o pouco tempo que dá pra estar com as máquinas no campo. E se não faz isso perde mais. As previsões não estão muito boas, nós não estamos muito otimistas em relação a essas previsões aí futuras”, finaliza.
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