PATRULHEIRO AGRO

Agricultores temem perdas na soja por baixo vigor na semente em MT

A preocupação com a qualidade do produto, causa replantio e estimativas de perdas de até 15 sacas de soja por hectare em algumas propriedades

O clima adverso no campo, além de prejudicar a produção, tem sido o grande protagonista para os resultados abaixo do esperado no vigor da semente de soja. Esse cenário aumentou significativamente as amostras entregues aos principais laboratórios de análises de Mato Grosso. 

Alguns chegaram a registrar o dobro de amostras recebidas em comparação com o ano passado. A grande motivação, segundo especialistas, foi a preocupação com a qualidade do produto, causando replantio e estimativas de perdas de até 15 sacas de soja por hectare em algumas propriedades. 

O consultor da Cowboy Consultoria, Cledson Guimarães Dias Pereira, conta ao Patrulheiro Agro desta semana que das 14 fazendas que atende, todas apresentam plantas com, no máximo, 30% de vigor. 

Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

“Plantas dominadas pela anomalia vão perder a capacidade produtiva delas de 70%. O clima ajudou uma semente de baixo vigor a se estabelecer, no primeiro momento o estande que poderia ser pior, se a condição climática fosse adversa, ele consegue ser um pouquinho melhor daquilo que estava previsto”, comenta. 

Em outra propriedade, em Nova Mutum, na região médio-norte do estado, o agricultor Alexandre André Rockenbach, está apreensivo com o desempenho da plantação de soja no campo. 

Ele estima perdas significativas na produtividade final da safra por causa do baixo vigor e germinação da semente. ”Semente fraca, mesmo dia plantado, tem um lote que estava melhor de vigor e germinação, e um estava bem fraco. Todas elas, 59%, 66%, 70% de vigor”. 

 O agricultor levou uma parte de cada lote das sementes adquiridas para análise em um laboratório do município credenciado junto ao Mapa. Quase 60% dos 600 hectares de soja cultivados na propriedade nesta safra apresentaram problemas de vigor e germinação.

“Vai dar uns quinze sacos de diferença a menos, pelo estande da planta, está bem desuniforme não tem vigor uma planta pela outra. Eu não quero bonificação de sementes eu quero a diferença em grãos, porque todo ano é esse lenga lenga, a bonificação é fácil safra 24024/25 vai pagar em 2026 a bonificação as contas vêm em 25, eu quero a diferença em grãos senão vou entrar juridicamente”, pontua. 

Em Santa Rita do Trivelato, médio-norte de Mato Grosso, Mauro Júnior Pavan agricultor na região, diz que quando iniciou o plantio, veio a decepção.

A lavoura dele apresentou metros sem sementes e a média de 14 plantas por hectares caiu para seis na média final. 

“O prejuízo vai passar de 10 sacas por hectares, a gente que paga arrendamento então… Na realidade seria o lucro da gente, aí vai ser um ano passado em branco, então isso é complicado porque a gente depende disso para viver, o sustento da família vem tudo daqui”, frisa.

Na Fundação Rio Verde foram analisadas cerca de três mil amostras de soja em 2024. Conforme a coordenadora, Maria Luiza da Silva, houve um volume 50% maior em comparação com o ano passado.

”A gente sempre recomenda ao agricultor que antes dele iniciar a semeadura que faça uma análise, se ele não conseguir fazer essa análise a tempo, que ele guarde uma contraprova da amostra que ele recebeu na propriedade”, finaliza.  

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