PATRULHEIRO AGRO

Ação judicial pode proibir uso do glifosato em Mato Grosso

Produtores de Mato Grosso apontam retrocesso diante dessas ações, uma vez que teriam que carpir as lavouras para retirar as ervas daninhas do campo

Produtores em Mato Grosso sofrem com a pressão das ervas daninhas, como pé de galinha e o amargoso. Contudo, a preocupação com o controle tem aumentado a cada dia, uma vez que o uso do glifosato pode ser proibido no estado.

Isso porque, encontra-se na justiça uma ação civil pública do Ministério Público do Trabalho (MPT) alegando risco à saúde dos trabalhadores e ao meio ambiente.

Conforme o agricultor Flávio Kroling, ao Patrulheiro Agro desta semana, por ter sido um ano bastante chuvoso a pressão quanto ao capim pé de galinha e ao capim-amargoso, foi grande. 

“Não pode perder a hora certa, o timing de aplicação. O pé de galinha eu diria que se você não fizer um controle bem feito, principalmente, no milho ele é muito prejudicial e pode ter problema em torno de 40% a 50% na produtividade, é muito agressivo”, pontua. 

Flávio explica que o glifosato associado a outro herbicida tem um controle eficiente. Segundo ele, em Mato Grosso, sem esses defensivos seria impossível praticar agricultura no estado. 

“Você precisa saber a hora de aplicar e estar pronto para fazer a aplicação. Com o passar do tempo as ervas vão sendo selecionadas e também o aparecimento de novas pragas. Os órgãos de pesquisas estão sempre atuando para que a gente desenvolva produtos tão bons dos que já tem no mercado”, conta. 

Foto: Pedro Silvestre/ Canal Rural Mato Grosso

Em meio a crescente preocupação com as ervas daninhas no campo, o uso do glifosato pode ser proibido em Mato Grosso. O MPT, em conjunto com os Ministérios Públicos Federal e Estadual, entraram com uma ação civil pública, alegando risco à saúde dos trabalhadores e ao meio ambiente.

O setor produtivo contesta e defende a permanência dos herbicidas nas lavouras. Este é um processo que se arrasta desde 2019 e já teve o 1º julgamento com causa ganha com herbicida na lavoura. 

O presidente da Aprosoja Mato Grosso, Lucas Costa Beber, ressalta que não é possível falar da ação do glifosato sem falar dos benefícios sustentáveis atrelados a ele. 

“Inclusive para o ecossistema e para toda a nossa natureza, há também uma pesquisa feita pela USP, na parte de trabalhadores que aplicam o glifosato mostrando que há segurança ainda mais no sistema de hoje. Temos os manuseadores que trabalham com EPI os aplicadores. Ou seja, há um monte de requisitos a serem respeitados. A ciência tem que ser respeitada e nós vamos continuar defendendo”, ressalta. 

Para o agricultor Murilo Degasperi Fritsch o que acontece hoje em dia é um retrocesso se retirarem o produto do mercado. Isso porque o agricultor teria que carpir as lavouras para retirar as ervas daninhas do campo. 

O advogado Leonardo Gomes Bressane, diz que defendem a manutenção concedida pelos órgãos que controlam essa substância. 

“Anvisa, Mapa e Ibama autorizam o uso, então a discussão em si seria travada a essas entidades públicas. Em nível processual, nós fizemos alguns apontamentos   relacionados. Dentro desse aspecto processual a discussão não trouxe nenhum elemento nesse aspecto apontado. Essas eventuais penalidades que foram aplicadas, pelo órgão competente fiscalizador, a respeito da contaminação com essa substância, estudos apontam em números de bilhões os prejuízos com esse retrocesso”, destaca. 

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