Mato Grosso

Trechos precários da BR-163 pedagiada ameaçam vidas em MT

Trecho entre Rondonópolis e Cuiabá é considerado "uma vergonha" por motoristas diante dos buracos encontrados

Quem precisa trafegar pela BR-163 entre Rondonópolis e Cuiabá precisa de muita paciência e jogo de cintura diante dos buracos. Em alguns trechos, segundo os motoristas, a situação chega a aumentar a apreensão e colocar em risco a vida de quem trafega pela via, principalmente à noite quando a visibilidade é menor.

A disputa dos motoristas por espaço na BR-163 entre os buracos é o tema do episódio 74 do Patrulheiro Agro desta quinta-feira (23), cujo assunto terá continuidade na próxima semana.

“Está um total abandono mesmo. Não dá para dizer que é uma BR. Em um país rico que nem o nosso, isso aí é uma vergonha. Você pagar tudo que tem que se pagar neste país e uma estrada está abandonada que nem essa. Tivessem mantido pelo menos um tapa buraco manter ela andando. Não teria ficado no estado que está”, comenta o caminhoneiro Júnior dos Santos Schaffer.

Conforme Schaeffer, no trecho chegou a ver quatro a cinco acidentes. “99% deles não é imprudência de motorista não. É consequência da má manutenção da rodovia. Tivemos um problema com o caminhão, está torto, decorrente dos buracos que você passa por dentro, foi uma balanceira, paga pedágio e tem que andar em uma estrada cheia de buracos correndo risco até de vida”.

A situação pior, destacada pelos motoristas e presenciada pela reportagem do Patrulheiro Agro, está na região do Distrito Boa Vista em Rondonópolis, há 180 quilômetros de Cuiabá.

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Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

Prejuízos e risco de vida na BR-163

“O caminhão não aguenta e o risco de tombar. Você pega um buraco de repente, vai fazer uma ultrapassagem ali pega um caminhão do lado. Não tem como você desviar do buraco. Você vai bater no buraco. O risco é você capotar um caminhão, tombar o caminhão, matar uma família que não tem nada ver com o negócio. É complicado. Essa rodovia é complicada e paga pedágio. Não tem condição não, são vários pontos”, diz o caminhoneiro Vanderlei Ferreira de Souza que teve prejuízo de aproximadamente R$ 3 mil com a perda de um pneu.

De acordo com o borracheiro Israel Messias, o movimento no local em que trabalho é grande diante da situação da BR-163.

Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

“Está grande. Olha para você ver, estou mexendo aqui, dois pneus e ali já tem outro parado. Até a gente que vai de carro para Rondonópolis enfrenta transtornos. Arrebenta roda, pneu. Todo mundo sofre. Tem que pagar pedágio para andar em um monte de buraco. É buraco que não acaba mais. Acaba o carro, acaba o caminhão, mas buraco não acaba não”, frisa Messias.

Transferência para o Governo de MT

Em 28 de setembro de 2022 o Governo de Mato Grosso recebeu sinal verde do Tribunal de Contas da União (TCU) para assumir – via MT Par – a concessão da BR-163 da divisa com Mato Grosso do Sul até o município de Sinop. O trecho tem 850,9 quilômetros a todo.

Dias depois, em 04 de outubro de 2022, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Concessionária Rota do Oeste assinaram o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para a transferência do controle acionário do trecho.

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Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

Para assumir a rodovia, o Governo do Estado precisa renegociar com os bancos credores, uma dívida de R$ 920 milhões contraída pela Rota do Oeste ao longo dos anos de concessão. O Governo promete investir cerca de R$ 1,2 bilhão na melhoria da via nos primeiros dois anos.

A formalização da transferência, que estava prevista para janeiro de 2023, ainda não foi concluída. O novo prazo concedido pela ANTT vai até o início de abril.

 

+Confira todos os episódios da série Patrulheiro Agro

 

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