As chuvas irregulares provocaram atrasos significativos na semeadura de soja. Em São José do Rio Claro, médio-norte de Mato Grosso, o clima adverso gerou perdas e replantio nas áreas germinadas. As pancadas rápidas de chuvas, acompanhadas de fortes ventos, se tornaram algumas das preocupações dos agricultores da região. Na última semana, um barracão foi destruído deixando um prejuízo milionário ao produtor.
O agricultor Victor Hugo Schwabe finalizou o plantio da área planejada e a expectativa era conseguir boa produtividade e rentabilidade na lavoura. Entretanto, a falta de umidade no solo e as altas temperaturas prejudicaram o desempenho das plantas.
“Está muito difícil a cultura esse ano. Trinta hectares aqui serão de replantio. Já perdeu. Vai ser um garimpo e vamos correr atrás pra ver se acha no mercado qual o tipo de variedade, porque nós já estamos com o fotoperíodo totalmente fora do normal para as variedades de soja. Enfim, temos que fazer porque temos compromissos pela frente, temos contratos, e não podemos deixar a área”, confirmou.
Pancadas rápidas de chuva e ventos
As pancadas de chuva com pouco volume de água, mas acompanhadas de ventos fortes, chegam repentinamente e causam grandes estragos. Na última quinta-feira (7), um desses temporais deixou um rastro de destruição em uma propriedade do estado, que estima R$ 2 milhões em prejuízos.
O encarregado de produção, Daniel Lopes, afirmou ter levado um susto às 11h30 da manhã. “Começou a trovejar e ventar e no começo o vento estava em linha reta, de repente, ele virou e veio de lá para cá quebrando tudo. A tempestade pegou o barracão que começou a cair igual um avião aterrissando. A sorte é que a gente não estava embaixo, senão a história era outra”, relatou.
O vendaval destruiu todo o barracão e derrubou os destroços do telhado em cima de insumos agrícolas, caminhões e maquinários, que ficaram danificados com o impacto causando um estimado prejuízo milionário ao agricultor.
“O prejuízo aproximado é de R$ 2 milhões. Colheitadeiras, plantadeira, pulverizador, um secador desmontado, carreta graneleira, caminhão, tratores. Tudo foi danificado. O barracão tem um prejuízo de praticamente 100%. A gente olha, tenta buscar uma solução, mas tudo o que a gente vê está retorcido”, afirmou.
O presidente do Sindicato Rural de São José do Rio Claro, Aparecido Rodrigues, comentou que mora na região há 20 anos e nunca viu um ano como esse.
“Se demorar mais para chover aí vai ficar mais feio. Por enquanto, de 10% a 20% perdeu, daí é um problema muito sério que a gente não deve sofrer antes da hora. Quem financiou maquinário calculava um valor para pagar, hoje vai haver muito mais sacos de soja, e os insumos também a maioria fez troca nas tradings ou financiou no banco. Então, isso vai ser bastante difícil, porque com certeza a produção vai cair muito”, pontuou.
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