As chuvas seguem irregulares em Mato Grosso e os termômetros registram temperaturas acima dos 40 graus. A situação causada pelo fenômeno El Niño no estado vem trazendo inúmeros transtornos para o campo. Apesar da semeadura de soja ter chegado a 96,29% dos 12,2 milhões de hectares previstos, ainda há quem aguarde para realizar o plantio da oleaginosa nesta safra 2023/24.
O avanço semanal nos trabalhos nas lavouras de soja em Mato Grosso foi de 4,47 pontos percentuais, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Contudo, mesmo se aproximando da reta final, a semeadura da safra 2023/24 segue como a mais atrasada na média dos últimos cinco anos de 98,72% para o período. A temporada 2022/23 nesta época encontrava-se com 98,96%.
O levantamento de semeadura da soja, divulgado pelo Imea na sexta-feira (17), mostra que a região médio-norte já concluiu os trabalhos de plantio. Já a oeste encontra-se com 99,56% da área semeada e a norte com 98,95%.
O noroeste do estado até a última sexta-feira registrava 97,01% da área plantada e o centro-sul do estado 94,65%. A mais atrasada é a nordeste com 91,51%.
Sudeste deve migrar para outras culturas
Na região sudeste o plantio da soja se encontra em 93,30%. Por lá, conforme a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), produtores não descartam a migração direta para outras culturas, como algodão e milho verão, em áreas que necessitam de replantio de soja ou que ainda nem foram plantadas diante da estiagem.
A entidade iniciou recentemente uma ação de conferir in loco a situação da safra 2023/24 de soja em Mato Grosso e os impactos que o clima vem causando para o desenvolvimento das lavouras, que, consequentemente, pode vir a refletir no milho segunda safra.
Na região sudeste, destaca a Aprosoja-MT, por exemplo, os impactos da estiagem severa são observados através de plantas mortas e outras sentindo problema com controle de herbicidas.
“A gente sabe que é um ano bem adverso, com clima extremamente seco, onde alguns bolsões de chuva têm acontecido. São micro regiões que tem chovido melhor, mas a maioria do estado está seco, passando por uma grande estiagem”, frisa o coordenador da comissão de defesa Agrícola da Aprosoja-MT, Fernando Ferri.
Além dos impactos negativos no campo e prejuízos aos produtores rurais, Fernando Ferri destaca que a situação vivenciada na safra 2023/24 pode refletir na economia dos municípios, bem como do estado.
“A rentabilidade da economia do estado vai dar uma quebra muito grande. Vai faltar esse dinheiro de circular no mercado, na farmácia, no dentista, na oficina mecânica”.
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