Em 2006, no médio-norte de Mato Grosso, um projeto encampado pela prefeitura, começou a regularizar 100% das propriedades rurais do município de Lucas do Rio Verde. A prioridade, foi para as áreas de proteção permanente às margens de rios, córregos e nascentes. Com base no levantamento feito em 670 propriedades rurais do município, foi possível diagnosticar os passivos ambientais.
A segunda parte do projeto Lucas do Rio Verde Legal é tema do episódio 16 do MT Sustentável.
Uma das propriedades é da família da Sandra Barzotto. Quando foi adquirida, a área já estava aberta e era usada basicamente para a pecuária. Em alguns pontos da fazenda, há 15 anos atrás não existia uma mata. Hoje essa realidade é diferente e conta com uma mata cheia e exuberante.
A Fazenda Sapezal fica bem próxima à escola da comunidade São Cristóvão, no interior do município. A Sandra Barzotto, além de produtora rural, era a gestora de escola e a recuperação da APP na propriedade virou laboratório para os estudantes. Todos se envolveram no plantio da floresta como parte da disciplina de ciências.
De acordo com Sandra, a questão não envolvia apenas plantas mudas nativas.
“Começaram a aprender e depois que eles plantaram, tiveram todo esse cuidado para que as árvores não morressem substituindo aquelas que foram plantadas. Eles também passaram a ter visitas aqui para acompanhar o trabalho que de certa forma eles foram co-autores”, pontua.
Sonho que virou realidade
Algumas fotos de satélite mostram o comparativo de como era a fazenda e de como está atualmente com a área de preservação permanente. “Até parece um sonho. A gente está gravando nessa sombra, dessas árvores que elas foram realmente plantadas aqui como uma forma de preservar”, afirma Sandra.
Dos 4,8 mil hectares de passivos em áreas de preservação permanente, detectados no diagnóstico das propriedades rurais, realizado em 2006, quase todos estão recuperados.
O secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Lucas do Rio Verde, Paulo Nunes, explica que atualmente, as áreas de preservação já estão praticamente consolidadas. “Nosso projeto é cuidar disso e não deixar que essas áreas voltem a ter uma agressão por parte dos produtores”, afirma.
Miguel Vaz Ribeiro, prefeito de Lucas do Rio Verde, pontua que o projeto já deu muitos frutos para o município. E que a partir disso, muitas empresas perceberam que tinham essa visão em preservar investiram nisso.
Fase dois do projeto
A fase dois do projeto Lucas do Rio Verde Legal é a reserva legal. A secretária adjunta de Gestão Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema), Luciane Bertinatto, destaca que agora está na hora de implementar o Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (Sicar), capaz de contemplar todos os proprietários rurais.
“Para mim é motivo de muita satisfação saber que nós vamos concluir o projeto Lucas do governo legal nos próximos dois anos com tudo aquilo que projetamos em 2006, ou seja, o cumprimento do Código Florestal Brasileiro”, finaliza.
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