MT SUSTENTÁVEL

Certificação mostra que é possível aumentar os padrões de sustentabilidade da pluma

Na avaliação de produtores, a certificação do algodão amplia a visão positiva do setor e mostra o quão voltado eles estão para a sustentabilidade

Cada vez mais os consumidores querem saber a origem do produto que estão adquirindo. E a certificação do mesmo, na avaliação dos produtores, amplia a visão positiva do setor, mostrando que a cada dia ele está mais ligado ainda à sustentabilidade, contribuindo para produção brasileira e mundial. E um bom exemplo é o algodão mato-grossense.

Na Fazenda Nossa Senhora Aparecida, em Campo Verde, região sudeste de Mato Grosso, as colheitadeiras seguem a todo o vapor em meio aos 700 hectares destinados para o algodão nesta safra 2023/24. A propriedade possui 1,7 mil hectares no total destinados à produção agrícola.

Assim como para outros produtores do estado, a safra 2023/24 foi desafiadora para a fazenda diante do clima adverso, conforme o técnico agrícola Zander Passoni.

“Este ano enfrentamos uma grande dificuldade climática. Um período muito seco já no plantio da soja, depois no início do algodão também. Quando chegamos na parte reprodutiva, no finalzinho de março, começo de abril, muita chuva, muitos dias nublados. Aí tivemos problemas com doença, com abortamento e no final de maio sem chuva”, comenta o técnico agrícola ao programa MT Sustentável desta semana.

Apesar da queda na produção, devido ao clima, Zander pontua que a propriedade ainda conseguirá “manter uma média boa, mas abaixo do que temos costume de colher”.

Produção de algodão segue normas rígidas

Mesmo com o ano atípico, e por conta do aumento da área nesta temporada, a previsão é que esta seja a maior safra da história do Brasil, ultrapassando oito milhões de toneladas de algodão em caroço, posicionando o país como o maior produtor mundial. Produção esta que segue normas rígidas, como é o caso da Fazenda Nossa Senhora Aparecida.

Há quase duas décadas a propriedade iniciou um processo de adequação referente à legislação trabalhista e segurança do trabalho. Orientada pelo Instituto do Algodão Social, a fazenda conquistou o selo ABR – Algodão Brasileiro Responsável, que garante que a produção é responsável e sustentável.

Com um leitor de código é possível acessar todas as informações sobre o produtor, por exemplo onde e como foi produzido. Ainda, no caso da Fazenda Nossa Senhora Aparecida, apresenta o Certificado ABR – Algodão Brasileiro Responsável, concedido pela Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa).

Michele Link Botan faz parte da equipe de gestão da fazenda. Ela explica, ao MT Sustentável, do Canal Rural Mato Grosso, que para obter e manter o certificado é preciso estar entre 85% e 90% em conformidade com o protocolo das exigências. Além de passar por auditorias anuais.

“É avaliada essa parte de documentação, contratos, exames da parte do colaborador, avaliado o ambiente onde o colaborador exerce a sua função. Tem a parte de campo, que é o lado sustentável, o manejo de solo”, comenta Michele.

Na sede da fazenda, a auditoria leva em conta ainda as edificações, como os alojamentos dos colaboradores. Cada quarto, inclusive, possui um banheiro. A cantina ou refeitório também é outro espaço avaliado.

Já na algodoeira, os cuidados são com a segurança no trabalho. A pintura no piso indica como deve ser o tráfego de quem trabalha no local, que por sua vez deve usar todos os equipamentos de proteção individual, como máscara e protetores auditivos.

“No momento em que vamos nos adequando, vamos criando uma gestão sustentável dentro da propriedade e isso reflete lá fora. Cada vez mais o consumidor quer saber da origem do produto. Então, isso amplia a visão positiva do setor, que ele está voltado para este lado sustentável, contribuindo para a produção de algodão no Brasil e mundial”, salienta Michele.

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