MT SUSTENTÁVEL

Casal investe na produção de uvas e vinhos finos em Mato Grosso

A propriedade está localizada em uma área de dez hectares em Chapada dos Guimarães e produz sete variedades de uvas, além de receber turistas

Soja, milho, algodão, carnes e vinho. Sim! Mato Grosso também produz vinho e a produção é encontrada em Chapada dos Guimarães, em uma área de dez hectares, sendo quatro de parreiras com sete variedades de uvas, entre tintas e brancas.

A Locanda do Vale é idealizada pelo casal Luiz César Lino de Oliveira e Rachel Guimarães Molina. Ele é engenheiro agrônomo e ela engenheira civil. Apesar das profissões diferentes, o sonho era o mesmo: produzir uvas viníferas.

Luiz César conta que a escolha por Chapada dos Guimarães, para a realização deste sonho, foi feita a dedo.

“Chapada é uma das regiões que melhor se adequa às condições de solo e clima para a produção de uva. E pensando do ponto de vista comercial, Chapada é um senhor lugar. Um centro turístico de relevância à nível de Brasil. Tem muita gente que vem para cá”, diz ao MT Sustentável desta semana.

Irrigação aliada da uva

O relevo do município, inevitavelmente, chama a atenção e valoriza o cenário, porém mais que isso, facilitou a implantação de um sistema para captação da água da chuva. Armazenada, a água é utilizada para a irrigação das vinhas no período de seca.

“Hoje, a irrigação nossa é 80%, 90% feita com água da chuva, que captamos durante a estação chuvosa e armazenamos em um tanque com geomembrana para evitar as perdas de infiltração. E é o suficiente. Ele foi dimensionado para atender toda a nossa demanda no período seco”, salienta Luís César.

O projeto, contam Luís César e Rachel, começou a ganhar forma em 2019. Dois anos depois foram colhidas as primeiras uvas e produzido o primeiro vinho, da variedade de uva Syrah.

Conforme Luiz César, na época foi preciso enviar a matéria-prima para São Paulo para que o vinho pudesse ser fabricado. Hoje, todo o processo de vinificação é feito na própria Locanda do Vale: esmagamento das uvas, a fermentação, o envelhecimento em barricas de madeira e o engarrafamento.

Enoturismo, uma agregação de valor

A produção de uvas e vinhos finos proporcionou ao casal um terceiro negócio. A Locanda do Vale já é frequentada por turistas que procuram um lugar tranquilo e um bom vinho.

E diante disso e do crescimento da produção, a Rachel revela ter deixado a profissão de engenheira civil para se dedicar exclusivamente ao novo projeto.

“O nosso projeto tem sustentação aliada ao enoturismo e para isso precisamos receber pessoas aqui, né? Para as pessoas provarem os nossos vinhos, para elas viverem a experiência da Locanda. Viverem a experiência passeando pelo vinhedo, indo até o pomar, degustando os nossos vinhos. Só assim elas vão entender o que é a Locanda do Vale”, pontua ela ao programa do Canal Rural Mato Grosso.

A construção onde hoje funciona a vinícola é apenas uma parte de um projeto maior. Na propriedade ainda será construído um espaço para receber os turistas. Tudo pensado, conforme o casal, de forma a integrar as pessoas ao ambiente, onde o vinho é o personagem principal.

“Nosso Sauvignon Blanc cofermentado com Viognier chamam de ‘O Branquinho da Locanda’. E o Syrah Reserva tem um amigo que chama de ‘Tarja Preta’. Então, nossos vinhos já estão começando a ganhar apelidos. Eles são muito peculiares. Não fogem da tipicidade. Mas, tem características do terroir muito interessantes. Só provando para saber o que é”, completa Rachel.

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