ESTÚDIO RURAL

Cerca de 20% da produção mundial é irrigada, diz professor da Universidade de Nebraska

Universidade americana é uma das parceiras de estudo sobre a ampliação da irrigação na agricultura em Mato Grosso

A irrigação é um dos caminhos para que se possa ter garantia quanto à produção de alimentos e assim atender a demanda mundial. Christopher Neale, diretor de pesquisas do Instituto Water for Food e professor na Universidade de Nebraska, pontua que hoje cerca de 20% da produção mundial é irrigada e que tal percentual produz 45% dos alimentos.

“Ela realmente potencializa a produção e garante ela”, frisa o especialista, entrevistado desta semana do programa Estúdio Rural.

A Universidade de Nebraska, a qual Christopher Neale faz parte, é uma das parceiras da Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Grãos Especiais e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir) e do Governo de Mato Grosso, junto com a Universidade Federal de Viçosa (MG), que estuda o potencial de ampliação das áreas irrigadas em Mato Grosso.

De acordo com o professor, estudos realizados pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apontam que o estado possui potencial de ampliação dos atuais 205 mil hectares irrigados para cerca de quatro milhões de hectares.

Outro ponto apresentado pelos estudos, neste caso através da parceria entre as instituições de ensino de Nebraska e Viçosa, é a mudança do início do regime de chuvas em Mato Grosso.

“Já se observa que o começo da época chuvosa, que tipicamente era no começo de outubro, tem retardado em duas ou três semanas. E, isso afeta depois o milho safrinha. Então, a irrigação pode garantir que se plante na hora certa, com potencial de uma terceira safra. Mas, isso tem que ser estudado com muito cuidado e é o que estamos fazendo”.

Além dos estudos quanto às águas subterrâneas, o especialista frisa que outros “dois pontos da equação” precisam ser observados também: energia elétrica e sistema de transporte.

“Você não pode ter agricultura irrigada sem energia. Você vai ter que bombear [a água], o pivô também precisa de energia. E o sistema de transporte para escoar os grãos. São duas pernas da equação que são importantes. Nosso objetivo é ajudar o estado de Mato Grosso a desenvolver a agricultura irrigada de uma maneira sustentável e, claro, é um benefício para a economia”.

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