A suinocultura mato-grossense vive um bom momento, após amargar inúmeros prejuízos com o abate de mais de 15 mil matrizes e até mesmo produtores deixando a atividade. Entretanto, a Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) afirma que apesar disso ainda é preciso que o suinocultor tenha os pés no chão e cautela.
“A suinocultura tem esses momentos de altos e baixos em função das commodities de milho, farelo. Em função do mercado internacional. E a gente sempre alerta os produtores, porque esse momento é uma época de eles ganharem um percentual a mais em cima desse animal. [É preciso] ter o pé no chão, porque tem um passivo muito grande que aconteceu lá atrás”, diz Custódio Rodrigues, diretor executivo da Acrismat.
O diretor executivo da Acrismat é o entrevistado deste sábado do programa Estúdio Rural, do Canal Rural. Ele lembra ainda que esse “passivo” existente é recente, “bem próximo de três, quatros anos”, o que levou a um decréscimo na suinocultura do estado, com uma redução no plantel de matrizes entre 15 mil e 18 mil animais, além da saída de produtores independentes da atividade.
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“E, isso tem um impacto muito grande. Não só para a suinocultura de Mato Grosso, mas também para o próprio estado que deixa de arrecadar”.
Falta de médicos veterinários preocupa
De acordo com Custódio Rodrigues, a suinocultura mato-grossense tem pleiteado o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal, mais conhecido como Sisbi. O setor frigorífico, pontua ele, tem esbarrado na falta de médicos veterinários concursados para avançar nisso e assim conseguir comercializar os produtos em outros estados.
O diretor executivo da Acrismat frisa que o setor aguarda uma reunião com o governo do estado para tratar do assunto.
“O governo tem que olhar isso com muito cuidado, porque os frigoríficos daqui concorrendo só aqui dentro estão morrendo. Os frigoríficos entraram com a documentação pedindo o Sisbi”.
Maior festival de carne suína de Mato Grosso
Nos dias 13 e 14 de setembro a Acrismat realiza em Cuiabá a primeira edição da Pig Fest, festival gastronômico exclusivo de carne suína.
O evento, que terá entrada gratuita, e acontecerá no Centro de Eventos Jonas Pinheiro, contará com 20 estações com pratos, lanches, finger food e sobremesas tendo a carne suína como destaque. Além de outras 20 estações com doces e bebidas.
O evento, explica Custódio Rodrigues, era algo que a entidade já vinha pensando há algum tempo e vem de encontro com as ações de marketing que realizam voltadas para aumentar o consumo de carne suína no estado e no país.
Entre 2001 e os dias atuais, comenta ele, o consumo per capita de carne suína no estado aumentou de sete quilos por ano para mais de 25 quilos, podendo chegar a quase 30 quilos per capita ano se considerar o consumo de carne oriunda de criatórios pequenos.
“O Pig Fest está aí para perpetuar a carne suína. A ideia é fazer a cada dois anos”.
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